Juiz de Fora

sábado, 23 de novembro de 2013

O Panótico viu há muito, mas ficou com preguiça de resenhar (330)


O advogado do Terror
(2007)

Jacques Vergès (1925-2013) foi advogado, entre outros, de Klaus Barbie, o "açougueiro de Lion", o terrorista venezuelano Carlos, o ditador sérvio Slobodan Milosevic e uma plêiade de facínoras do Terceiro Mundo. Este ótimo filme traça a sua biografia com dezenas de depoimentos.

Há uns trinta anos atrás li uma entrevista na Veja com Jacques Vergès, na época causando grande repercussão por ter aceitado defender o arqui-criminoso de guerra Klaus Barbie, responsável pela morte de dezenas de milhares de judeus na França. Duas perguntas ficavam no ar: como alguém pode defender tal pessoa, e o que ele vai dizer. Vergès utilizou o argumento de que a França era culpada pelo massacre dos argelinos e procurava um caminho diversionista. Pensei se tratar de um mercenário (Vergès era regiamente pago por um banqueiro suíço nazista) e nunca mais ouvi falar neste meu "colega".

O filme não é uma defesa do advogado, embora se tenha esta impressão,mas uma pesquisa muito bem fundamentada. Vergès nasceu na Indochina, estudou na França e desde jovem odiava o imperialismo. Militou inicialmente na área criminal e ao defender o primeiro cliente, um jovem delinquente, afirmou de que este poderia ter sido ele próprio. Foi para a Argélia defender uma jovem terrorista, casou-se com ela, entrou para a política e... sumiu por dez anos. A partir daí aumentou o seu envolvimento com o banqueiro nazista que financiava grupos palestinos.

É um senhor documentário, vi três vezes.


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