Juiz de Fora

domingo, 24 de junho de 2012

O Panótico vê aqui e agora (262)


Repulsa ao sexo
(1965)


Carol Ledoux (Catherine Deneuve) é uma manicure belga que mora com a irmã mais velha e ambas trabalham em um salão. Carol é tímida, não namora, é assediada por um tipo convencido e ouve suas idosas clientes falarem cobras e lagartos sobre os homens. Durante a noite, de seu quarto, Carol ouve a irmã se relacionar com um homem casado, um sujeito meio cafajeste que lhe belisca a bunda. A pobre moça, como o título indica, ou é muito reprimida, ou possui severo transtorno psiquiátrico. Quando a irmã viaja com o amante, a protagonista fica só no apartamento e começa a ter alucinações.



Resolvi assistir este filme por ter sido dirigido por Roman Polanski, seu segundo filme e primeiro em língua inglesa. Quase não reconheci Catherine Deneuve, com o que me pareceu uma peruca, e fiquei em dúvida se a atriz seria Sharon Tate. Gostei bastante do filme ter sido rodado em Londres, muito legal reconhecer certos lugares, mas com um trânsito tranquilo de cidade pequena, nem parece a mesma cidade da Beatlemania e da Swinging London. Deneuve está inexpressiva, bem, nunca me convenceram de que o sucesso dela vinha de seu talento dramático, e ficou mais bela alguns depois.



Assim que comecei a assistir fiquei com a impressão de que o filme descambaria para um psicologismo meio de araque, meio comédia, meio terror. Já apresenta a assinatura de Polanski, e o fato de Deneuve passar mais de meia hora com uma camisola transparente, sem lingerie, mostra muito mais sobre o diretor polonês do que qualquer função simbólica que algum crítico mais embasbacado possa encontrar. É bem visível que é apelativo, não mais. Uma referência me parece evidente: Psicose, e é também um prenúncio de O Inquilino, do mesmo Polanski, filme de que gostei muito quando o vi pela primeira vez, lá nos idos de '86, e o achei meio tolo, revendo-o algumas semanas atrás. De qualquer forma, e a julgar pela premiações, Repulsa ao sexo foi obra de impacto para a época.


Um comentário:

  1. q pecado, nunca vi, nem li o q escreveu para não perder o impacto. anotadíssimo! beijos, pedrita

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