Um método perigoso
(2011)
Sabina Spielrein (Keira Knightley) é uma jovem judia russa aparentemente com graves transtornos psiquiátricos, internada pelo rico pai em uma instituição psiquiátrica em Zurique. Paciente do médico Carl G. Jung, que no início do século passado experimentava tratar os pacientes com terapia, sem recursos violentos ou medicação muito pesada, Sabina evolui positivamente e desenvolve uma paixão pelo seu analista. Paralelamente ao relacionamento com a paciente e aluna, Jung trava uma relação de subordinação e insubmissão a Freud (Viggo Mortensen). Jung vive em conflito com o próprio adultério, mas não consegue romper com a estabilidade de seu lar burguês.
Depois de ter assitido ao ótimo Jornada da Alma, já resenhado aqui, não estava muito disposto a ver um filme de David Cronenberg sobre o mesmo tema, dado que três galãs na capa me avisavam do risco de ser um xarope estadunidense. Mas valeu a pena. Este é o primeiro filme de Keira Knightley de que gosto, em que a moça vai além de ser uma sub-Natalie Portman, é mais do que um rostinho adolescente de Hollywood. Michael Fassbender é o ator da hora, e semana que vem estreia Prometheus, o cara está em todas desde Bastardos inglórios. Nunca achei Viggo Mortensen grande coisa e eu sempre recordo do Aragorn como um ator fraco, mas ele como Freud está ótimo, surpreendeu-me. E tem também a palhinha de Vincent Cassel, que quando não está no Rio dando umas bitocas na esposa la Belucci faz bons filmes, principalmente quando lhe dão papéis de marginalizados, aqui no caso o de um médico libidinoso paciente de Jung.
Comparativamente ao Jornada da Alma, percebi: os desacordos e restrições mútuas dos dois grandes pais da psicanálise estão mais em evidência, são tratados mais abertamente e mais sensacionalisticamente. Não tenho ideia o quanto de verossímel há nos diálogos e nas correspondências entre Freud e Jung que são exibidas na tela. O anterior filme italiano é mais profundo, você tem que perceber as nuances, as condutas são menos previsíveis, o espectador tem que pensar mais, a narrativa não lhe traduz tudo. Aqui a personagem de Spielrein como psicanalista é minimizada: nada há sobre o seu importante trabalho posterior na União Soviética. E há, a meu ver, algo inaceitável: aquela coisa de Áustria e Suíça sempre ensolaradas, algo tipo Noviça Rebelde ou Sissi, a imperatriz. Não cola.
eu gosto muito do elenco, se passar na tv a cabo devo ver. beijos, pedrita
ResponderExcluirVi esse filme há alguns meses, quando estreio na França e gostei muito! Pudera, o tema me interessa!
ResponderExcluirMas eu não consigo suportar a Keira Knightley, para mim tudo é exagerado na sua atuação! Mesmo no papel de histérica ela exagera e para mim não cola!
Ah, esqueci de comentar que adorei a primeira foto, o Belvedere de Viena, adorei visitar pessoalmente recentemente!
ResponderExcluirPedrita, eu juro que achei que você já o tinha visto e resenhado.
ResponderExcluirMilena, eu concordo contigo, também não sou fã dela. Ficaria melhor com alguma atriz europeia. E ainda vou a Viena nesta década.
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