Juiz de Fora

sexta-feira, 1 de junho de 2012

My best loved 1982 rock albums (6)



Logos live
(Tangerine Dream)


Durante o início da década de oitenta eu aguardava, entre muitas outras coisas, o dia em que poderia entrar em lojas de discos de São Paulo ou Londres, e adquirir a coleção completa de bandas como o Tangerine Dream. Eu tive pleno acesso ao trabalho de grupos e pessoas como Kraftwerk, Vangelis, Jean Michel Jarre, e mais alguns da área eletrônica, mas na minha cabeça o melhor de todos era o grupo alemão. Por esta época eu sabia que o Tangerine Dream já havia lançado uns quinze discos, e eu tinha uma gravação de Rubycon e mais nada. Com a minha bolsa de mestrado aproveitei para comprar umas bolachas importadas, pois os cds importados tinham um custo proibitivo. Foi assim que adquiri Stratosfear, Ricochet, Cyclone, Phaedra, Poland, Exite, Zeit, Alpha Centauri, Force Majeure, Poland e Quichotte.  Também ouvi álbuns menores como Green Desert, Thief, Tangram e outros. Em 1989 saiu no Brasil o cd Optical Race, um dos primeiros da minha coleção de cds. E foi neste mesmo ano que ouvi Logos Live, que certamente não é a melhor obra do Tangerine Dream, no seu conjunto, mas é certamente o trabalho que eu mais ouvi.



Com o fundador Edgar Froese, mais Chris Franke e Johannes Schmoelling (em substituição a Peter Baumann, que, por sua vez, substituiu o prolífico Klaus Schultze), Logos live é uma gravação de parte de um show com material totalmente inédito até então, no cinema Dominion, no centro de Londres. Composto de três faixas (o show completo você ouve na série Tangerine Tree, já resenhada aqui), as duas últimas faixas fazem um eletrônico bem anos oitenta, meio quadradinho, bem cinematográfico ou até televisivo, razão pela qual não acho este disco o melhor do grupo, sou mais Rubycon, Ricochet  ou Cyclone. Em compensação, a faixa inicial, uma suíte de quase trinta minutos, me traz profunda alegria. Os cinco minutos do ápice do tema, a partir de vinte minutos de execução, a sua imponência, o seu lirismo, o tom épico de um certo triunfalismo humanista, a ótima combinação de uma melodia inteligente, mas também simples, a harmonia de diversos fraseados em um belo conjunto, bem, só ouvindo para entender. É destes momentos que a música me parece a mais interessante das artes, a mais envolvente, a que mais me traz felicidade.


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