Herejes
(Leonardo Padura, 2.ª ed., 2015)
Uma família de judeus alemães fogem do nazismo rumo aos EUA levando consigo um quadro de Rembrandt. Por questões burocráticas fazem uma parada em Havana e acabam vivendo quase vinte anos por lá, perdendo a posse do valioso quadro. De lá migram para os EUA, finalmente, em 1958. Em 2007 um herdeiro da família contrata o ex-policial Mario Conde para investigar o desaparecimento do Rembrandt que agora está em um leilão de Londres. A origem do enigma remonta à Cracóvia de 1648.
O ano passado deve ter sido o ano que menos li nas últimas décadas. Ter feito um mestrado em Literatura me deixou meio enfadado com a literatura. Um pouco de perda da minha acuidade visual e um certo desânimo tem feito com que eu leia umas vinte páginas por dia, bem abaixo da minha média que é em torno de cem. Por isto não tenho postado nada sobre as minhas últimas leituras.
Mas gostei muito de El hombre que amava a los perros, de Leonardo Padura Fuentes, sobre o assassinato de Trotsky. Comprei este lançamento na FNAC de Barcelona (9,95€, Max Tusquets, 516p.), mês passado, foi a primeira vez que volto de uma viagem com apenas um livro. Do mesmo autor havia lido Máscaras (Cia das Letras, 2000). Gostei, mas o tempo todo ressenti do autor não aprofundar a corrupção em Cuba por motivos óbvios. Já em El hombre... (há edição brasileira) ele solta o verbo, escreve como se vivesse em uma democracia, impressionante não ter sofrido represálias pela obra.
Menos pelo detetive Mário Conde e sua postura "oh, meu Deus, por que fui acreditar no comunismo quando era jovem?!" e mais pelo contexto judeus/obras de arte/Polônia resolvi ler este livro. De minha parte, a menos que tenha contato com outro autor de romances policiais realmente original (duvido) a minha tendência nos próximos anos é me afastar deste gênero. Acho que estudar a fundo criações culturais faz perder um pouco do encanto.