O regresso
(2015)
Dakota do Sul, 1823. Hugh Glass (Di Caprio) é um explorador e negociador de peles que trabalha para companhias comerciais e para o exército estadunidense. Matando bisões para retirar peles em pleno território dos arikaras (rees) Glass é atacado e mortalmente ferido por um urso, após fugir de uma retaliação por parte dos nativos da região.. Um dos membros de sua expedição, - recebendo uma gorda comissão para protegê-lo-, o trai e ainda mata o seu filho adolescente pawnee durante uma discussão. Glass é abandonado, trava nos dias seguintes uma sofrida luta por sobrevivência e por vingança.
Em 1978 assisti um filme sobre um soldado que foi abandonado pelos colegas, mas consegue sobreviver em pleno inverno nas Rochosas e depois desiste de se vingar. Achei o filme ruim, eu tinha treze anos, e um tio me explicou a importância do perdão na história.
Eis que agora fico sabendo que se tratava de Man in the Wilderness, com Richard Harris (1971) e este novo de Alejandro Iñárritu tem por base a mesma autobiografia de Hugh Glass (1780-1833)
Dois elementos me dificultaram contextualizar a obra: o indígena, há um moralismo dos nativos contra os exploradores, algo bem latino-americano (Inárritu dirigiu Babel, uma ótima fábula sobre globalização) que não consta do filme anterior (e também não da autobiografia, ao que parece) e a presença de franceses, inexistentes como problema político nos EUA independentes (faria sentido meio século antes).
É um filme tenso, denso, dramático, muito realista, com bela paisagem da região montanhosa do rio Missouri (Dakota e Montana), bela trilha de Riuchi Sakamoto e DiCaprio sempre talentoso, é um ator que não entra em roubadas. O público que foi até o cinema esperando alguma aventura hollywoodiana saiu meio chué do cinema.