Juiz de Fora

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

O Panótico vê aqui e agora (209)


A escola da carne
(1998)



Dominique (Isabelle Hupert) é uma estilista balzaquiana, filha de médico rico, e que alega ter se divorciado de seu primeiro e único marido por puro tédio. Passeando pela noite parisiense resolve entrar em um bar GLS com uma amiga. Dá de cara com Quentin (Vincent Martinez), um balconista bissexual, de origem norteafricana, garoto de programa e lutador de boxe. Em um primeiro momento Dominique sente repulsa pelo lugar e pelos seus frequentadores.



Mas este primeiro momento passa rápido. Dominique volta ao bar e decide contratar os serviços do jovem uns quinze anos mais novo. Este é o segundo momento. Quentin é uma fonte de problemas, vem muito sofrimento por aí.



No terceiro momento Dominique diz para o rapaz que nunca mais quer vê-lo, para logo em seguida se apaixonar por completo, leva-o para casa, passa a sustentá-lo, lhe quer  ensinar modos e simultaneamente dar-lhe estabilidade emocional.



Este tema burgueses fascinados pelo lumpenproletariado é um focos mais antigos da literatura (desde o tempo dos romanos, pelo menos) e do cinema contestadores, tem um pé na França e o corpo inteiro na América latina. É sempre aquela coisa do tipo: "é, você, espectador, gosta bem da sua vidinha segura de classe média mas adoraria chafurdar no sub-mundo dos gays, prostitutas e viciados em geral. Você não consegue ter satisfação".

Baseado em uma novela do grande Yukio Mishima (1925-70).


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