Juiz de Fora

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

O Panótico vê aqui e agora (168)


O quarto do filho
(2001)




Assisti este filme sem nenhuma referência prévia, e inicialmente, fiquei meio pé atrás. Em uma cidade litorânea do nordeste da Itália (Ancona), um psicólogo, Giovanni (o diretor e ator Nanni Moretti), reside num amplo apartamento com a esposa e dois filhos adolescentes. O consultório fica no próprio apartamento e a família parece ter um bom padrão de vida. Há diversas cenas com as sessões de terapia: um paciente é bissexual e propenso à violência mas não consegue ter relações com a esposa, uma paciente é uma chata de galocha, outro é um rico prepotente que espinafra com o terapeuta, há um que só vê infelicidade na vida e quer se suicidar, etc. Achei verossímil mas provavelmente quem atua na área pode considerar tudo muito estereotipado.



Giovanni é um bom profissional, às vezes fica meio saturado do que faz - quem não fica? - mas está empenhado no bem-estar dos pacientes. Paralelamente, o filho Andrea se envolve em um furto na escola secundarista e os amorosos pais se põem a questionar: o que fizemos de errado? O que poderíamos ter feito de melhor?



A Folha de São Paulo (http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/critica/ult569u376.shtml)  resenhou este filme como uma obra prima, um filme extraordinário. Não, não me parece que seja. É um filme morno, mas a falta de forte dramaticidade do filme é o seu melhor lado, estou plenamente de acordo, não há apelos exorbitantes, as pessoas lidam com as suas enormes perdas de uma forma mesclada: infelicidade, frustração, melancolia, revolta, culpa, tudo isto vêm como uma salada, sem ter como separar por completo todos os ingredientes. Gostei também da canção de Brian Eno que toca diversas vezes no filme - By this river, clássico com Roedelius & Moebius.


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