Juiz de Fora

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

New and notable (14)


Fly from here
(Yes/2011)


De todos os principais grupos de rock progressivo o Yes é o mais persistente. No auge da crítica aos dinossauros da década de setenta, a imprensa especializada parecia estar empenhada em acabar de vez com o rock progressivo. Já abordei as motivações aqui, e fico me perguntando se alguém alguma vez disse à Miles Davis que ele deveria parar de tocar porque o auge de sua música já havia passado. O Yes não deu bola e continuou tocando o barco, lançando seguidos dvds e cds ao longo da década de noventa.



O último grande álbum do Yes, ao meu ver, foi Union ('91) reunindo quase todos os músicos que passaram pela banda. Os quatro álbuns posteriores - Talk ('94), The ladder ('97), Open your eyes ('99) e Magnification ('01) foram de razoáveis a bons. Magnification eu ouvi algumas vezes e deixei-o de lado, não me recordo de uma faixa sequer. Estou com este Fly from here há dois meses aguardando criar coragem para ouvi-lo. Não espero muito coisa.



Mas este cd me surpreendeu, não é um mero caça-níquel em cima dos fãs da banda. É um cd vibrante, enérgico, com melodias envolventes, e a técnica instrumental está a serviço da harmonia como um todo. Este novo cantor - o canadense Benoît David, que substituiu Jon Anderson quando este esteve sem poder cantar por um ano (2008) - conseguiu, à sua maneira, substituir a voz e o carisma incomum de Anderson. Rick Wakeman não fez falta, - substituído por Geoff Downes, de Drama ('80) e Steve Howe, normalmente hiperprodutivo, está um pouco mais contido. Há composições de Oliver Wakeman, que saiu do Yes juntamente com o pai, e Trevor Horn é o produtor do disco. A capa, claro, é de Roger Dean, pois não.



É realmente um cd do Yes, algo que dá continuidade à esta banda que já conta mais de quarenta anos.


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