Juiz de Fora

terça-feira, 18 de setembro de 2012

O Panótico vê aqui e agora (280)


 
 Elles
(2011)


Anne (Juliette Binoche) é uma jornalista que é incumbida de fazer uma matéria sobre estudantes que são garotas de programa. Lola é uma francesa do interior que entra para a prostituição sob a justificativa de que assim ganha mais, não precisa trabalhar em fast food e sobra tempo para estudar. Alicja é uma polonesa estudante de Economia que não fica satisfeita com a grana enviada pela mãe, não quer levar uma vida de universitária pobre, e entra no esquema para pagar um bom ap e roupas caras.



Anne acha que as meninas vão reclamar da sua condição, mas a juventude delas leva a um discurso meio triunfalista, de poder sobre os homens. Paralelamente, Anne já está cansada da jornada tripla de trabalho, das cobranças de patrão, marido e filhos (o mais velho mata aula para fumar maconha e põe a culpa na situação dos pais) e da falta de nheco-nheco em sua vida. A pobre Anne rodará a baiana e se rebelará contra a sociedade machista que reprime a sensualidade? E agora, Chapolin Colorado, quem poderá liberar o fogo de La Binoche?
 


A atriz polonesa que faz Alicja (Joanna Kulig) se cair nas mãos (ôpa) de alguém de Hollywood pode estourar legal. Com quase trinta anos, tem um rostinho de Lolita com big natural boobs e faz uma cena explícita bem...corajosa (fruto da determinação em levar a arte cinematográfica aos seus píncaros, sem o moralismo burguês, imagino eu). Lola (Anaïs Demoustier) não fica muito atrás e embarca na realidade crua (as cenas explícitas do filme são completamente desnecessárias). E eu fiquei pensando: Juliette Binoche, mais uma vez, é de um talento muito acima da média, ela não precisa provar mais nada, há duas ou três cenas em close em que a dona manda ver nas expressões faciais, imbatível. Mas... e não é que, mesmo assim, numa fase da vida que não precisa ganhar mais bilheteria, dão um jeito de mostrar os seios dela, e fazendo com que pareça descuido. Bom, filme é roteirizado, dirigido, ensaiado e editado, não há como não ser proposital.
 

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