Juiz de Fora

terça-feira, 4 de setembro de 2012

O Panótico vê aqui e agora (276)




Casa Vazia
(2004)


Um jovem motoqueiro sulcoreano deixa panfletos comerciais na porta das residências de Seul. Inicialmente imaginei se tratar de alguém fazendo propaganda do próprio negócio de alimentos a domicílio, pois me parece improvável um motoboy andar de BMW 1200cc ou equivalente. Na verdade, o rapaz retorna às casas em que deixou a propaganda na maçaneta, utiliza ferramentas de punguista, adentra o domicílio, verifica na secretária eletrônica se a família ou residente deixou recado avisando por quanto tempo estaria fora, e se muda para o local por alguns dias. De lambuja, faz pequenos consertos eletromecânicos, sempre ouve o mesmo cd, e se fotografa como se quisesse fazer parte da família alheia. Depois se vai sem deixar pistas de que alguém esteve por lá.



Após sair de um apê de uma típica família de baixa classe média, - casal jovem com filho e muita infelicidade-, o protagonista invade uma mansão de um executivo. Acreditando estar lá sozinho, passa a ser silenciosamente observado pela dona de casa vítima do marido violento. O garoto fica babando nas fotos da casada, e ela se deixa seduzir pelo estranho. Quando o marido retorna, o intruso a defende de uma nova surra e ela decide sair de casa subindo na garupa do motoqueiro.
 

 
 
Deixei de ver este filme anos atrás por causa da capa. Pensei se tratar do drama de uma pobre mulher indecisa entre dois amores, típico tema que me enche de tédio. Para gostar deste filme, o que não é difícil, se faz necessário não querer aproximá-lo demais da realidade. É claramente uma obra de ficção, daquelas que gostam de dizer que pouco se sabe sobre a realidade objetiva, e dá mais valor ao sonho de cada um. O tema central parece ser a harmonia desejável entre um casal e isto somente ocorre com os protagonitas, que se entendem sem jamais terem trocar um diálogo, e numa bonita rua de casas em Seul, onde um outro casal cuida do lar, dos seus móveis e de suas plantas como se fosse o próprio fundamento de sua relação.
 
Eu diria que é um filme nouvelle vague asiático.
  
 
 

Um comentário: