As virgens suicidas
(1999)
Detroit, 1974. Cecilia Lisbon tem treze anos, é a caçula de cinco irmãs loiras filhas de uma dona-de-casa católica devota (Kathleen Turner) e de um professor de matemática do ensino fundamental (James Woods) apaixonado por aviões. Cecilia corta os pulsos, aparentemente sem nenhum motivo em particular, a família e a vizinhança fingem que foi um acidente e dão uma festa para a garota. Após ver um jovem com transtornos psiquiátricos servir de palhaço para os adolescentes convidados, Cecilia atinge o seu objetivo. Mas a família e a vizinhança ainda fingem que foi acidente, por que Cecilia faria isto?
O impacto do suicídio da filha e irmã parece não ter abalado a estrutura familiar. Apesar disto, Lux (Kirsten Dunst) agora é a caçula (quatroze anos) das irmãs em escadinha até os dezessete anos. Lux se apaixona pelo idiota popular da escola (Josh Hartnett) e perde a virgindade. A mãe normal dos anos setenta resolve retirar todas as filhas da escola e mantê-las isoladas em casa. Vai dar m....., coronel.
Se não fosse por duas razões: a trilha sonora do duo francês Air, o melhor cd que comprei na minha recente viagem em Londres e o segundo de que mais gostei desta banda ótima, e também a direção de Sofia Coppola, por nada deste mundo eu teria visto um filme sobre o sofrimento de cinco raparigas em flor, eu ando bem enjoado de temas teen. Mas, sem dúvida nenhuma, é um filme sensível, que cativa, a diretora soube dar o tom certo da repressão velada daquela época, as meninas são comportadas, sabem por onda a banda toca, mas por trás da boa educação familiar há uma energia sexual explosiva, é impressionante como os estadunidenses foram (ou ainda são) muito reprimidos, num misto de fundamentalismo cristão e amor pela ordem.
Bela estreia de Sofia Coppola, que depois nos brindou com Encontros e Desencontros, obra prima.