Juiz de Fora

domingo, 19 de maio de 2013

O Panótico vê aqui e agora (318)




30 century man
(2006)


Scott Walker é um cantor estadunidense (n.1943) que fez grande sucesso nos EUA e no Reino Unido no final dos anos sessenta. Tem um senhor vozeirão e era cantor de baladas estilo Jacques Brel, Charles Aznavour, etc., boa parte do que eu chamaria de brega sem dó nem piedade, brega francês, não o brega novaiorquino ou Las Vegas. Mas Scott Walker fez o tipo mítico, o cara bonitão pelo qual as mulheres se desesperavam, mas que aparentemente detestava o sucesso e a música pop, que "nunca encontrava felicidade em nada". Caiu rápido no ostracismo e no esquecimento o que, lógico, só intensificou a sua aura de artista que não se vende e necessita muita introspecção para realizar obras-primas.



Este documentário traz entrevistas com o próprio e uma renca de músicos interessantes que ouviram as suas músicas: David Bowie (produtor executivo do filme), Brian Eno, Damon Albarn, Jarvis Colker, Marc Almond, Johnny Marr, todos abordando algum aspecto relevante da discografia e da personalidade de Scott Walker. Achei o documentário bastante honesto, as entrevistas são lúcidas, não beiram às baboseiras habituais de artistas incensando os colegas para incensarem a si próprios. Tenho quase toda a discografia de Scott Walker e somente gosto para valer do primeiro lp, de 1967. Até entendo as razões estéticas para o que compôs posteriormente, mas os últimos discos são inaudíveis.


Há mais de um ano que tentava ver este documentário, e não é que ele passou ontem e hoje no canal I.Sat? Este canal está me surpreendendo, é melhor do que o Telecine Cult, que já é muito bom, por sinal.

Fique com a minha predileta Montague Terrace.


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