Juiz de Fora

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

O Panótico lê aqui e agora (9)



Estrela da Vida Inteira
(Manuel Bandeira, 1966)


Por razões acadêmicas e profissionais voltei a ter maior contato com poesia, e pela primeira vez leio Manuel Bandeira fora dos bancos escolares (isto foi há muuuito tempo). Mas o reencontro com este gênero literário tem sido bem prazeiroso. "Estrela da Vida Inteira" reúne a sua poesia completa.



Se você é de Letras ou uma pessoa que conhece a obra de Manuel Bandeira pode pular este parágrafo. Não vou dizer nada de novo sobre ele, não há como e eu não teria esta pretensão. Do contrário, um átomo: Manuel Bandeira foi natural de Recife (1886), mudou com a família para o Rio de Janeiro, no início do século XX, e escreveu o primeiro poema aos dezesseis anos. Aos dezoito anos contraiu tuberculose, e este fato marcou a sua produção poética. Segundo esta obra (p.22), Manuel Bandeira não quis participar da Semana de Arte Moderna (huh?!). Publicou em jornais, foi inspetor e professor nomeado na era Vargas. O famoso "Itinerário de Pasárgada" é de 1954. Trabalhou como tradutor nos anos cinquenta e sessenta, e somente nesta época obteve rendimentos como escritor. "Estrela da Vida Inteira" foi publicado dois anos antes de seu falecimento (1968). Segundo Antonio Càndido: "na sua poesia madura, o cotidiano tratado com um relevo que sublima a sua verdade simbólica e, inversamente, o mistério tratado com uma familiaridade minuciosa e objetiva que o aproxima da sensibilidade cotidiana" (p.7). Afirmar que Manuel Bandeira foi um poeta simbolista tem pouco interesse para o leitor.



Fica aí com uma palhinha:

"Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.
Por que os corpos se entendem, mas as almas não".

(1950)

2 comentários:

  1. eu tb li há vários anos e amei. volte e meia releio algum poema. mas não dessa obra, já q eu li esse livro de uma biblioteca. beijos, pedrita

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  2. Este veio da biblioteca de uma escola municipal em que trabalho. Estou gostando bastante. Acho a inteligência dele afiada e para cima.

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