Juiz de Fora

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

O Panótico vê aqui e agora (85)

Memory serves
(Interpol/2010)

Fotos (3)





Eva Besnyö
(1910-2003)

O segredo é não dar corda




As cenas do quotidiano sempre me chamam a atenção. Hoje fui para a fila de um banco, em um bairro próximo ao meu. Enquanto aguardava, em pé, pela abertura da agência bancária, um político local, notório papagaio de pirata, tentou chamar a atenção dos clientes com afirmações bombásticas em alto volume. Todo mundo sabe como é agradável ficar nas filas, ainda mais com esse calorão. Já sabendo quem era a figura, e não lhe nutrindo nenhuma admiração, fiquei em uma posição meditativa, como quem está absorto em seus próprios pensamentos. Um simpático senhor idoso recepcionou a arenga do postulante, sempre derrotado nas urnas, à representante do povo. Mas tomou a dianteira na conversa e assumiu a posição de protagonista. Vou tentar reproduzir o monólogo do comunicativo interlocutor:

Eu não sei qual é a religião do senhor mas a minha blábláblábláblábláblábláblábláblábláblábláblábláblábláblá, porque Deus bláblábláblábláblábláblábláblá, e a prova disto blábláblábláblábláblábláblábláblábláblábláblá, e eu te digo mais blábláblábláblábláblá, e assim o corpo bláblábláblábláblábláblábláblábláblálábláblá, e então a alma, blábláblábláblábláblábláblábláblábláblábláblá, após a morte vem bláblábláblábláblábláblábláblbláblá, etc, etc, etc...

O militante - por seu currículo provavelmente um ateu de longa data -, foi dando mostras, por meio de sua linguagem corporal, de não estar aguentando a preleção, e a perda do monopólio de cativar a plateia circundante, porque o respeitável senhor não lhe dava chance. Arrumou a seguinte desculpa: vou ali ver porque a fila não anda (não andava porque ainda não havia dado a hora). Retornou e a argumentação manteve-se por mais tempo e continuou na fila do caixa, lá dentro da agência. Uns bons vinte minutos de catequese, ao todo. Detalhe: a vítima já passou dos setenta anos. Ao ficar calado, impacientemente, induziu o outro, mais velho, a prolongar e reforçar os argumentos, cada vez mais agitado, elevando o tom de voz e buscando mais e mais "provas" do que dizia.



Eu penso que nesta idade algumas convicções formadas não mudam mais.

Algumas das minhas já têm esta característica.

O segredo é não dar corda.

Arquitetura caribenha




National Academy for Performing Arts, Port of Spain (Trinidad)





Hotel Jade Mountain (Santa Lucia)

New and notable (11)



All you need is now
(Duran Duran/2011)


Já disse aqui que nunca fui fã de carteirinha do Duran Duran, e não o levava a sério durante o seu auge (1981-4). Mas o grupo amadureceu, fez um senhor disco (The wedding/1990) e uma faixa marcante (Ordinary World) e desde então não deixo de ouvir um lançamento sequer. Este All you need is now está na linha dos últimos quatro ou cinco cds. Pop music de primeira. Se eu consegui arriscar dançar ao ouvi-lo você irá divertir à beça. Nem é preciso resenhá-lo, é só por o cd e deixar rolar. A minha preferida, até o momento, é The man who stole a leopard.  É o primeiro cd do ano para os meus ouvidos. Como o rock inglês anda que é uma "beleza" eu posso esperar mais um até o final do ano.


quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

O Panótico vê aqui e agora (64)

All you need is now
(Duran Duran/2011)


segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Fotos (2)


Ansel Adams (1902-84)












O valor da honestidade



Vou relatar um fato aqui que é extraordinário. Alguém deu um tronco no retrovisor esquerdo do meu carro, e ele ficou dependurado, balançando. Fui a uma concessionária certo de que iriam querer trocá-lo, com ou sem necessidade, e a conta ficaria em uns cento e quarenta reais. O pátio estava lotado, um mecânico veio me atender mesmo sem agendamento, mostrou para mim o dano, afirmou que não havia necessidade urgente de substituição da peça, reparou o retrovisor no que foi possível, deslocou-se centenas de metros para encontrar uma pecinha, e não quis me cobrar nada. Dei-lhe dez reais que ele aceitou apenas após a minha insistência. Estas pequenas coisas da vida me dão mais ânimo. 

sábado, 19 de fevereiro de 2011

O Panótico vê aqui e agora (84)

Black Ice
(2007)

Este filme finlandês, com locação em Espoo, tem por tema a infidelidade masculina. Leo Klaaso é engenheiro, construtor e professor de nível superior, casado com Saara, médica em um hospital, dois filhos menores. Saara descobre que o marido tem um amante, ele nega e dá as desculpas furadas de sempre. Saara fuça nas coisas do marido, descobre o endereço de sua amante, uma jovem professora (Tuuli) de kung-fu (coreano) em um subúrbio. Acho legal assistir filmes de países menos acessíveis porque temos a chance de ver cidades em que provalemente não iremos até lá. As cidades finlandesas são planas e com muitos espaços vazios. Vale a pena conferir Noite no Mundo, já resenhado aqui: um táxi trafega um bom tempo na capital Helsinki.



Saara, planejando vingança, se inscreve como aluna da amante Tuuli e acaba se tornando sua amigona, sem que a última desconfie do que se trata.. As mulheres vão gostar deste filme.




sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Fotos (1)



Berenice Abbott (1898-1991)








quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Nome aos bois (20)

(1969-?)

Arquitetura estadunidense










Este é show de bola. Museu Dali, em Saint Petersburgo, Flórida, quem diria.... 






Centro de Artes Criativas, Universidade de Brown, Providence, Rhode Island.





Hypar Pavillion, Lincoln Center, Nova York.








Sperone Westwater Gallery, Nova York.








Museum of Moving Image, Nova York.









New World Symphony, Miami.

Nome aos bois (19)



Disclaimer: Este post exige um esclarecimento. Vou reproduzir, sem retoques, matéria veiculada na internet. Como professor de História tenho amor à verdade. Como advogado tenho amor à plenitude do direito de defesa e ao princípio da presunção de inocência. Quem tiver forte razão para supor que se trata de matéria jornalística inidônea basta comentar que eu, convencido dos novos argumentos, retirarei o post. Nada tenho, em caráter pessoal, contra o ex-presidente sr.Luís Inácio Lula da Silva (inclusive nele votei quatro vezes para presidente, não mais: 1989, 1994, 1998, 2002). Só tenho a lamentar e ficar horrorizado com o conteúdo das acusações, caso estejam revestidos da verdade. Este país é meu, é seu, é nosso.




03/02/2011

Campanha DEVOLVE LULA!
Está "rolando" na internet - serão verdades as afirmações?
A legislação brasileira e de vários outros países civilizados determina que os presentes ganhos pelo Presidente da República, no exercício da função, sejam incorporados ao patrimônio público por serem considerados propriedade do Estado.

Lula e sua família, ao deixarem o Palácio da Alvorada, levaram todos os presentes recebidos, inclusive uma coleção de joias raras recebida do presidente do Egito já registradas no acervo da presidência da república.

D. Marisa, a Italiana, disse que as jóias eram dela e as colocou na sua bagagem rumo a São Bernardo do Campo (é o que dizem por aí).

Funcionários antigos do Alvorada ficaram horrorizados quando perceberam a falta de diversos objetos de arte e peças de alto valor como estatuetas e faqueiros.

Durante o rescaldo do grande saque às instalações palacianas observou-se que os Silva haviam surrupiado, inclusive, o crucifixo que há décadas adornava a sala de visitas do Presidente da República.

Em vista deste descalabro e por temor da ira divina foi lançada a campanha de recuperação do patrimônio público nacional:


A Folha de S. Paulo publicou a informação de que a presidenta Dilma Rousseff, em sua primeira semana de trabalho, retirou o crucifixo da parede de seu gabinete e a bíblia de sua mesa.

Helena Chagas, ministra chefe da Secretaria de Comunicação Social, através de seu twitter, contradisse a informação divulgada pela Folha. Segundo ela, “a presidenta Dilma não tirou o crucifixo da parede de seu gabinete. A peça é do ex-presidente Lula e foi na mudança. Aliás, o crucifixo, que Lula ganhou de um amigo no início do governo, é de origem portuguesa”. Segundo Chagas, a bíblia continua lá, em uma sala contígua, em cima de uma mesa. A mesma informação está em nota da Secom.

Agora, a pergunta que não quer calar...

Se o crucifixo era presente recebido por Lula, como o objeto poderia estar presente nesta foto de Itamar tirada no gabinete presidencial há dezoito anos atrás?



Por isso, vamos todos, em coro, exigir: "Devolve, Lula...!" 
P.S.: Se não for Photoshop então só nos resta exigir: "DEVOLVE, LULA!"