Juiz de Fora

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Discoteca Básica (3)


Going for the one
Yes




No início de 1979 (já pasmo diante de Kraftwerk e Genesis) uma colega muito bacana, meio paquera platônica minha, falou-me de uma banda chamada "Yes", um nome um tanto estranho e apto a gozações. Emprestou-me o disco - ao que parece do irmão mais velho, que havia estudado nos EUA-, e lá topei com o Rick Wakeman, que já havia me impressionado bastante quando veio ao Brasil, natal de 1975, com direito a transmissão via Globo.




Com exceção do poderoso Thor não conhecia os demais membros da banda. A capa, - noves fora o peladão, que eu tinha que esconder se porventura passasse algum colega de sala pelo caminho - era bem legal, feita pela Hipgnosis. Tripla, coisa que as gravadoras nacionais normalmente não aceitavam, vendida lacrada com o disco, tinha classificação superluxo, justificativa ou pretexto para cobrar mais caro dos garotos que como eu, amavam os Beatles e Rolling Stones.




Coloquei para tocar a faixa título, a primeira do álbum, e começava com uns acordes meio anos cinquenta, mas em seguida o exímio guitarrista Steve Howe vai desenvolvendo uma típica evolução de rock progressivo. A voz de Jon Anderson não tinha igual (tente cantar junto com ele, sem desafinar, I dare you), o baixo de Chris Squire (o centro nevrálgico da banda) também não, o virtuose tecladista Rick Wakeman dispensa maiores comentários, e o baterista Alan White, se não chegava a ser um ícone como o ex Bill Bruford, era, pelo menos, muito bom. Mais de cinco minutos de prazer cada vez mais intenso.



Não há uma faixa sequer do disco que não seja simplesmente impecável.




A última, Awaken, é uma das obras-primas do grupo, e demonstra a que nível de qualidade o rock já chegou um dia. A banda já possuía fama de tocar ao vivo com a mesma perfeição do que nas gravações em estúdio. Eu os vi no RockinRio'85  e me parece a mais pura verdade.




Tudo na aura da banda favorecia a audição deste disco. Fotos muito bonitas dos músicos nos Alpes. Wakeman tocando um órgão barroco de uma capela suíça, com conexão telefônica para os demais que estavam no estúdio em Montreux, em Parallels. Temas humanistas sobre esperança, mestres do universo, viradas de século, estórias maravilhosas. As cenas da gravação do disco, publicadas em '91, denotam a prevalência da música sobre os conflitos individuais que marcaram a sua história.

Tem que ouvir.


Moments decide.
Moments delight.
Moments in flight.
Talk about sending love....





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