Juiz de Fora

domingo, 15 de agosto de 2010

Cidades (I)

Oymyakon


We all feel better in the dark.

A madrugada é o horário de que mais gosto. E aproveitando este friozinho gostoso fiz minha primeira escolha urbana.

Eu tenho muita curiosidade em compreender os procedimentos mentais relacionados à formação das aptidões. Desde adolescente gostava de frio e lamentava não haver neve na maior parte de nosso país. Por isto torcia para que a temperatura caísse o máximo possível. 

Em BH chegava a fazer oito graus, mas não impressiona. Friozinho de nada. Mudando para Santos Dumont (assim como Juiz de Fora, mais fria naquela época do que hoje em dia) certa noite de julho peguei um termômetro estilo palmeira no deserto que ficava em cima da geladeira lá de casa e o levei para a janela do meu quarto para ficar observando a temperatura cair até os dois graus. Que beleza.

Eu possuía um atlas geográfico de autoria de Pierre Gourou e Nilo Bernardes (que mais tarde foi meu professor de EPB na UFF. Sim, havia Estudos dos Problemas Brasileiros nos cursos de mestrado, além de outras dez disciplinas). Todo dia eu gostava de estudá-lo, sem compromisso, por puro prazer, algo incomum nos estudantes atuais do ensino fundamental. Ficava intrigado com um pequeno círculo no nordeste siberiano que marcava -50ºC. Era a região de Verkhoyansk.

Até hoje sou capaz de fornecer, a quem tiver curiosidade, as temperaturas médias de muitas cidades e regiões, um tipo de informação totalmente inútil, que jamais foi ou será cobrada em concursos. Só deleite.

Há uns dez anos atrás Oymyakon, na Yakútia, passou à condição de cidade mais fria do mundo. O primeiro lugar que pesquisei ao baixar o Google Earth, uns cinco anos atrás, programinha indispensável. Poluída, a cidade é procurada por muitos turistas no auge do inverno e tem como curiosidades o fato de que as pessoas deixam os automóveis ligados durante todo o dia e as escolas suspendem as aulas quando a temperatura cai para -52ºC.


Nunca irei lá.









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