Venus in Furs
(2013)
Um dramaturgo parisiense (Matthieu Amalric) quer encontrar uma atriz para o papel de Vanda, protagonista do clássico A Venus em peles (1870) do escritor austríaco Leopold Masoch, que deu origem ao tema masoquismo, conforme o próprio filme explica nos diálogos iniciais. Vanda (Emmanuelle Seigner, esposa do diretor Polanski) chega atrasada para o teste e causa péssima impressão por ser burra, mal-informada, enrolada, grosseira, decadente e usa todo tipo de estratégia para descolar o emprego pelo qual parece desesperada: insinuação, apelação, fazer-se de engraçada, de vítima, todo o repertório feminino...e funciona, o homem cai como patinho.
Há dois jargões surrados aqui: a bronca atriz, assim que começa a interpretar dá um show de interpretação, o diretor se empolga tanto que se transforma no personagem masoquista, confundindo criador e criatura, e mais uma vez diretores de cinema e teatro querem mesmo é usar a arte como artifício para seduzir mulheres que em circunstâncias normais não lhes dariam trela. Algo que poetas e músicos também são expertises.
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