O desprezo
(Le mepris, 1963)
Este foi o primeiro filme adulto sobre relacionamento entre casais em deterioração a que assisti, na adolescência. Com exceção de Brigitte Bardot, não há nada mais interessante para o espectador muito novo. Um roteirista de cinema anda meio devagar, e meio que permite que a bela esposa fique com um produtor cinematográfico (Jack Palance fazendo o estereótipo do empresário poderoso) com o intuito de emplacar um roteiro, ou apenas manter o emprego. Lógico que ele sente ciúmes, não compreende a mulher e ela o menospreza cada vez mais. Baseado em obra de Alberto Moravia, escritor comunista bastante celebrado, é considerado um dos melhores filmes de Jean-Luc Godard, cineasta ícone da Nouvelle Vague.
A impressão que eu tenho é que este filme inspirou quase toda produção brasileira sobre o tema, nos anos setenta e oitenta, época em que o cinema nacional se ancorava na Embrafilme para fazer obras muuuuuito ruins. Mas há um certo consenso de que a culpa é de A Noite (1961), de Michelangelo Antonioni.
As brigas dos protagonistas são apenas menos aborrecidas do que as do nacional Um copo de cólera (1999), no qual um casal potencializa os conflitos para ver se melhora o fikifuki.
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