Juiz de Fora

sexta-feira, 6 de julho de 2012

O Panótico vê aqui e agora (265)


Dersu Uzala
(1961)


Extremo leste da Sibéria russa, região do rio Ussuri, 1902-7. Um capitão do exército russo (Vladimir Arseniev, autor do livro homônimo) é topógrafo em uma área inexplorada do império. Encontrando-se perdido, dá de cara com Dersu Uzala, um caçador asiático solitário da etnia Goldi. Dersu e o capitan vão estabelecendo uma forte amizade, e o caçador se destaca por saber sobreviver bem com os recursos da taiga e a tratar os animais como pessoas.




Eu não sabia que existia a versão original do diretor russo Agasi Babayan. Assisti o clássico de Kurosawa uma única vez, em videocassette, no início da década de oitenta. Recordo-me particularmente da famosa cena na tempestade de neve, Dersu recolhendo gravetos até formar uma segura proteção contra o vento e o frio.

Esta história real é cativante. Dersu é dotado de uma moral simples e funcional, demonstra um grande respeito pela natureza, animais e humanos. Gostei mais desta versão do que a posterior de Kurosawa. Embora não haja dúvida de que as imagens do diretor japonês sejam poderosas, o Dersu soviético é menos caricato, menos asiático, menos rural. As cenas estão mais próximos ao naturalismo. A fotografia em tom pastel, bem semelhante às demais produções soviéticas do cinema e tv soviéticos dos anos sessenta, é muito atraente, o verão na região é bem idílico.

A ideologia do filme consiste no bom selvagem de Rousseau e na moral comunista. O homem é corrompido pelo sistema, e particularmente corrompido se for o capitalista. Não é um mundo para Dersu.

Dersu Uzala


2 comentários:

  1. acredita q eu ganhei 10 em uma matéria na escola pq tinha visto esse filme. o professor perguntou, só eu tinha levantado a mão, ele me liberou da prova e me deu 10. eu vi no cinema. beijos, pedrita

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  2. Este professor queria corrigir uma prova a menos, rs...

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