Juiz de Fora

segunda-feira, 2 de julho de 2012

O Panótico vê aqui e agora (264)


Para Roma com amor
(2012)

Um guarda de trânsito romano narra diversas histórias (semelhantemente ao coro grego, esta é uma das referências à comédia clássica que há no filme) sobre pessoas comuns que são ou estão em Roma: a turista americana que se apaixona por advogado italiano pro bono, - com aversão religiosa ao capitalismo e filho de um agente funerário que possui uma senhora voz de barítono ou tenor, - cujo pai (Woody Allen) é um empresário do ramo fonográfico estereotipado e casado com uma psiquiatra que implica com as suas neuroses; um casalzinho italiano que vai a Roma, o marido para tentar descolar um emprego influente, e a esposa professorinha que se deslumbra por astros de tv e cinema; um arquiteto (Alec Baldwin, canastrão) de sucesso que retorna a Roma para relembrar a juventude e funciona como o superego de outro jovem arquiteto (o ator que fez Hulkenberg, do Facebook, não sei o nome dele, não vale o esforço) que está prestes a largar a insegura namorada por uma atriz conquistadora que finge ser intelectual [(dilema já vividos por Christina Ricci e Jason Biggs em Igual a tudo na vida (2003)], usando de sua própria experiência para tentar influenciar o jovem; um homem comum (Roberto Benigni) que, de uma hora para outra, é guindado à condição de estrela, assediado pela imprensa, que quer saber as coisas mais banais a seu respeito, sem qualquer razão aparente.



O filme começa mal, com a mais manjada canção italiana, não sei o nome, não vale a pena, tem a ver com volare e já foi tema de venda de carros no Brasil. Tudo sobre a Itália e os italianos são repisados estereótipos, e o filme tem o tom de pastelão típicos. Quem conhece o cinema italiano dos cinquenta ao setenta (eu, não) poderá identificar diversas situações. Além das preocupações constantes de Allen: o insucesso no amor, o sentido da existência, a insatisfação permanente, etc. o diretor escolheu como alvo o estrelismo e a submissão à este estrelismo. Idiotas e banais não são apenas os atores, mas o seu público, que é partícipe desta bobajada.


O filme é bem engraçado, contudo, Roma é a principal atriz do filme, e acho legal que Allen filme pessoas comuns andando pelas ruas, sai um pouco desta coisa voltada para turistas. Penélope Cruz é ótima atriz, dispensa maiores palavras, mas funciona mais como diversão para o marido ou namorado que foi ver o filme porque a namorada ou esposa assim o pediu. No mais, não é o melhor e nem o pior de Woody Allen, prefiro o que ele filmou em Londres e o anterior em Paris.


2 comentários:

  1. eu gosto do woody allen, tenho vontade de ver. aqui estreou fausto mas não consegui ver. beijos, pedrita

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  2. Fausto do Sokurov? Já vi e nem quis fazer resenha. Acho que você não vai curtir (lembra da Arca Russa?)

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