Peter Gabriel IV
Por ter conhecido o Genesis já sem Peter Gabriel, eu não lamentava a sua saída do Genesis, como faziam todos os fãs mais velhos, e o Phil Collins ainda não havia transformado a banda em um veículo de música pop, com o consentimento dos demais. Dada a enorme credibilidade do cantor original do Genesis, eu adquiria o que Peter Gabriel lançava no mercado fonográfico certo de que seria algo muito bom. Nunca me decepcionei com os seus trabalhos, até os dias atuais, e ele me parece o músico mais íntegro de que tenho notícia, em todo o planeta. Mas também nunca achei que os seus trabalhos solo tinham o mesmo nível de qualidade e emoção dos seus tempos da minha banda predileta.
Este álbum eu ouvi pela primeira vez em um vinil importado de um amigo, com uma etiqueta rotulando o disco como "Security". Meses após, ele foi lançado no Brasil sem título, e a crítica o acostumou a numerá-lo como IV.
The rhytm of the heat me causou um certo estranhamento, por seu conteúdo tribal (não havia ainda nada definido como world music, nos idos de '82, e muitos de nós acreditávamos que os músicos ingleses e estadunidenses, na sua maioria, desconheciam a música do terceiro mundo). Não achei-a feia, mas pensei: isto não é o rock progressivo de que gosto. Mas eu sabia que Peter Gabriel não pretendia fazer o som do Genesis, e queria outras sonoridades. San Jacinto, com este título latino, me reforçou a ideia da canção anterior, mas é uma faixa muito bonita, particularmente quando Gabriel solta a voz e a emoção tendo os teclados de Larry Fast ao fundo. Shock the monkey é o que mais se aproxima de uma faixa pop, e o stick do baixista Tony Levin, futuro membro do King Crimson, marca a memória da música. Lay your hands on me, sempre utilizada nos shows quando Peter Gabriel era carregado pela plateia, sintetiza o que me parece ser o conjunto temático do disco, sempre tive a sensação de que o álbum é conceitual, há uma linha, ou um círculo, envolvendo todas as canções. Em IV Peter Gabriel parece ter delineado o seu universo de interesse das décadas seguintes, uma espécie de humanismo universalista.
The rhytm of the heat me causou um certo estranhamento, por seu conteúdo tribal (não havia ainda nada definido como world music, nos idos de '82, e muitos de nós acreditávamos que os músicos ingleses e estadunidenses, na sua maioria, desconheciam a música do terceiro mundo). Não achei-a feia, mas pensei: isto não é o rock progressivo de que gosto. Mas eu sabia que Peter Gabriel não pretendia fazer o som do Genesis, e queria outras sonoridades. San Jacinto, com este título latino, me reforçou a ideia da canção anterior, mas é uma faixa muito bonita, particularmente quando Gabriel solta a voz e a emoção tendo os teclados de Larry Fast ao fundo. Shock the monkey é o que mais se aproxima de uma faixa pop, e o stick do baixista Tony Levin, futuro membro do King Crimson, marca a memória da música. Lay your hands on me, sempre utilizada nos shows quando Peter Gabriel era carregado pela plateia, sintetiza o que me parece ser o conjunto temático do disco, sempre tive a sensação de que o álbum é conceitual, há uma linha, ou um círculo, envolvendo todas as canções. Em IV Peter Gabriel parece ter delineado o seu universo de interesse das décadas seguintes, uma espécie de humanismo universalista.
Após a sua saída do Genesis, IV foi o álbum que lhe grangeou um novo público, lembro-me de que pessoas que não conheciam o Genesis ou eram seus fãs curtiram bem o álbum duplo ao vivo que lhe é posterior, com versões ampliadas ou pelo menos ligeiramente modificadas das faixas do vinil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário