Juiz de Fora

domingo, 1 de julho de 2012

My best loved 1982 rock albums (7)


Peter Gabriel IV



Por ter conhecido o Genesis já sem Peter Gabriel, eu não lamentava a sua saída do Genesis, como faziam todos os fãs mais velhos, e o Phil Collins ainda não havia transformado a banda em um veículo de música pop, com o consentimento dos demais. Dada a enorme credibilidade do cantor original do Genesis, eu adquiria o que Peter Gabriel lançava no mercado fonográfico certo de que seria algo muito bom. Nunca me decepcionei com os seus trabalhos, até os dias atuais, e ele me parece o músico mais íntegro de que tenho notícia, em todo o planeta. Mas também nunca achei que os seus trabalhos solo tinham o mesmo nível de qualidade e emoção dos seus tempos da minha banda predileta.

Este álbum eu ouvi pela primeira vez em um vinil importado de um amigo, com uma etiqueta rotulando o disco como "Security". Meses após, ele foi lançado no Brasil sem título, e a crítica o acostumou a numerá-lo como IV.

The rhytm of the heat me causou um certo estranhamento, por seu conteúdo tribal (não havia ainda nada definido como world music, nos idos de '82, e muitos de nós acreditávamos que os músicos ingleses e estadunidenses, na sua maioria, desconheciam a música do terceiro mundo). Não achei-a feia, mas pensei: isto não é o rock progressivo de que gosto. Mas eu sabia que Peter Gabriel não pretendia fazer o som do Genesis, e queria outras sonoridades.  San Jacinto, com este título latino, me reforçou a ideia da canção anterior, mas é uma faixa muito bonita, particularmente quando Gabriel solta a voz e a emoção tendo os teclados de Larry Fast ao fundo. Shock the monkey é o que mais se aproxima de uma faixa pop, e o stick do baixista Tony Levin, futuro membro do King Crimson, marca a memória da música. Lay your hands on me, sempre utilizada nos shows quando Peter Gabriel era carregado pela plateia, sintetiza o que me parece ser o conjunto temático do disco, sempre tive a sensação de que o álbum é conceitual, há uma linha, ou um círculo, envolvendo todas as canções. Em IV Peter Gabriel parece ter delineado o seu universo de interesse das décadas seguintes, uma espécie de humanismo universalista.

Após a sua saída do Genesis, IV  foi o álbum que lhe grangeou um novo público, lembro-me de que pessoas que não conheciam o Genesis ou eram seus fãs curtiram bem o álbum duplo ao vivo que lhe é posterior, com versões ampliadas ou pelo menos ligeiramente modificadas das faixas do vinil.











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