Juiz de Fora

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

O Panótico vê aqui e agora (37)




O Pacífico
(2010)


Como é que pode? Como é que pode!

Quando aluguei Band of Brothers, durante as férias natalinas de 2003 assisti à série completa (seis dvds, dez episódios e muitos extras) por três vezes em uma semana. Baseada na obra de Stephen Ambrose e produzida por Steven Spielberg e Tom Hanks, a minissérie tratava de uma companhia de paraquedistas desde os seus treinamentos em uma base estadunidense (1942) até as férias na Áustria após a rendição alemã em maio de 1945. Bons atores, personagens marcantes, situações dramáticas e excelentes cenas de guerra fizeram de Band of Brothers um Resgate do Soldado Ryan com quase doze horas de duração. Era emocionante tudo o que devia. Destaco aqui o discurso de despedida de um general alemão, traduzido por um soldado ianque judeu. É transcendente. Adquiri a caixa, e todo santo ano a vejo novamente.

Mas este Pacífico, ai, ai, ai.... Produção de HBO/Hanks/Spielberg era para ser a Band of Brothers versão Pacífico. Mas o que nos oferecem: um bando de soldados/atores sem carisma e propósitos, poucas e desmotivadas cenas de combate, o retorno àquela baboseira pré-Bush tipo: "olhem! são americanos, nós adoramos os americanos!", falas em sussurros, paixões arrebatadoras de mocinhas por soldadinhos, clichês intermináveis, aluguei-a outro dia, bocejei e peguei no sono durante os terceiro e quarto episódios, não vou ver o resto. Poupe os seus vinte reais,  compre uma pizza, é mais digestivo.


Parecer ter e parecer ser




Voltando a pé para casa subindo a av. Rio Branco deparei-me, em sentido contrário, com diversos jovens que ostentavam uma camisa com as seguintes palavras referentes a um determinado curso:


XXXXXXXXX
                                                         Técnico


Duvido muito que esta opção foi um equívoco de quem não soube estampar "Técnico em Xxxxxxxxxx". Quem confeccionou e quem utiliza a vestimenta quis alertar para si o status de um curso superior que não está cursando, mas teve a consciência - mas com excessiva discrição - para restringir o próprio brilho, esclarecendo que é um curso de nível médio, na verdade. Ao induzir de passagem uma situação aparente, deixou indelével a marca de um sentimento de inferioridade. O que há de vergonhoso em um curso secundário? Max Weber gostava de exagerar para poder destacar o seu ponto de vista. Façamos o mesmo, aproveitando este novo ramo de uniformes mastígios:


Supremo Tribunal Federal
                                                                                             Fotocopista



Seleção Brasileira de Futebol
                                                                                                             Motorista



Presidência da República
                                                                                              Porteiro


Academia Militar das Agulhas Negras
                                                                                                                                                 Conscrito



A hipocrisia com relação ao trabalho de cada um está chegando a níveis hospitalares. O sistema diz a todos: "qualquer profissão é útil e digna", mas ao mesmo tempo diz: "nem tanto". O trabalho de um gari é infinitamente mais relevante do que o de um craque de futebol, mas quem pediria uma camisa autografada do primeiro, quem quer saber da sua vida ou quem lhes sente um pingo de inveja? Desta forma, as pessoas sabem que, efetivamente, trabalho digno é o que lhes dá dinheiro, poder e notoriedade. Ou, pelo menos, que lhes permitam parecer ter dinheiro, ou parecer serem poderosos ou notórios. E aí compreende-se porque as pessoas procuram pegar uma colinha nas áreas adjacentes mais bem-aventuradas. Ou não? Se eu sou ou tenho um fusquinha para que parecer ser ou parecer ter uma ferrari? A quem se pretende enganar, além de si mesmo? Este é um dos temas de Heróis de Verdade (2005), do psiquiatra Roberto Shinyashiki, a única obra deste gênero sub-literário rotulado como "autoajuda" que me deu vontade de ler. Recomendável para qualquer um e para presidentes eleitos que parecem ter doutorado.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

O Panótico vê aqui e agora (36)




Modern Family
(1.ª temporada, 2009/10)

Jay (o Al Bundy de Married with children) é um empresário sessentão com opiniões típicas sobre tudo, e abandonou a primeira esposa após trinta e cinco anos de casamento para se casar com a colombiana Glória (Sofia Vergara), trinta anos mais nova, pelas razões a seguir expostas:





Gloria já foi casada com um subempregado também colombiano, pai de Manny, um garoto de doze anos que demonstra mais maturidade que muitos adultos da série. Glória glorifica o ex diante do atual, uma forma de deixar o rico esposo inseguro. Jay é pai - do primeiro casamento - de Mitchell, por sua vez casado com Cameron, e o casal gay adotou uma menininha oriental. Além de recriminar o homossexualismo do filho, o vovô poderoso também não está feliz com a escolha marital da filha.




Jay também é pai de Claire (a advogada Denise de Boston Legal), que considera a madrasta uma oportunista, faz um esforço medonho para ser uma mãe exemplar, e tem medo de que a filha primogênita com os hormônios em evidência conheça - e repita - o seu passado de menina levada à breca. É mãe de mais dois adolescentes - a filha do meio faz a inteligente -  e casada com o corretor de imóveis panacão Phil, que tenta bancar o pai moderno e compreensivo mas só consegue ser... panacão. Claire também se esforça em não admitir que não ama mais o marido que, por sinal, baba um omelete pela sogra.



A série é apresentada em estilo semi-documentário, e as personagens são entrevistadas sobre suas decisões. Cada vez melhor, o gênero comédia de costumes é imbatível como entretenimento. Largue suas telenovelas, você merece assistir coisa mais interessante.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

O Panótico vê aqui e agora (35)




O interesse do duo norueguês Röyksopp pelos anos setenta deixa a minha alma "lavada e enxaguada" como dizia Odorico Paraguassu. Vejam só o que estão tocando na turnê atual: nada mais nada menos que o clássico "Wuthering Heights", de Kate Bush (1978). Tente cantar junto, rs...






O Panótico ouve aqui e agora (34)



A música que eu mais gostei neste ano de 2010 em alguns shows pelo mundo afora.

O Panótico ouve aqui e agora (73)




Silver Editions
(Klaus Schulze, 1993)



Comecei a ouvir as cinco séries editions do músico alemão Klaus Schulze (são  noventa e cinco cds). Em 1981 vi uma dúzia de discos importados de Klaus Schulze em uma loja do shopping Nova Lima de BH. Dois anos depois os discos ainda estavam lá. O motivo de ninguém comprá-los me pareceu evidente. Eu sabia que Tangerine Dream (de onde Schulze saiu) não era para todos os fãs de progressivo, por ser mais eletrônico do que rock. E imaginei que Schulze deveria fazer um som menos acessível. Mas é uma pena. Pois tenho ouvido com frequência a sua obra de uns três anos para cá e me parece bem superior à sua banda original. Para quem não o conhece eu indicaria Timewind (1975) ou Mirage (1977). Há um ou outro cd da série Dark side of the moog com Peter Namlook que chega a ser quase padronizado como os trabalhos de Jean Michel Jarre. Dos mais de vinte cds que ouvi de Schulze não há o que me parece ser uma música eletrônica exclusivamente para pesquisadores ou estudiosos de teoria musical, ou o que valha. É música capaz de trazer boas sensações. Observação importante: todos os dez cds desta silver editions são inéditos.



New and notable (VIII)



Olympia
(Bryan Ferry, 2010)

O ex-vocalista do Roxy Music (banda que influenciou cem por cento do estilo new romantic do ínício dos oitenta) alcançou o mainstream com o álbum Boys and girls (1985). Após isto não sei o que andou aprontando. Olympia é um disco pop, benza a Deus, e se não espero de cantores como Ferry um cd digno de fazer a vida valer a pena dá para, no entanto, ter certeza de que uma meia dúzia de faixas vão me trazer genuíno prazer. Não há o que explicar ou analisar, somente curtir o som. Fácil de ouvir e de gostar. Destaque para a penúltima Reason or rhyme.


terça-feira, 23 de novembro de 2010

New and notable (VII)


Write about love
(Belle & Sebastian, 2010)


Em 1996 já havia internet mas eu não possuia computador, achava-os caros, problemáticos e pouco úteis. Então eu conhecia o que havia de novo indo às lojinhas do centro. Um vendedor indicou-me a banda escocesa Belle & Sebastian, dizendo que ela fazia um som parecido com os seus conterrâneos Cocteau Twins. Não vi qualquer relação. Achei If you're feeling sinister um som diferente o suficiente para ganhar um público específico, mas a meiguice da banda chegava a ser piegas. Belle and Sebastian virou a banda predileta dos emos (duvido que alguém aceite este rótulo idiota), uma galera adolescente que não se enquadrava no perfil aeróbico dos teens de escolas particulares. Ouvi uns dois cds e deixei-os de lado. Este mês tocaram em São Paulo, um show muito elogiado e com plateia curtindo-o à beça.. Este Write about love mostra que a banda é fiel ao seu público. Continua um sonzinho que lembra os cantores folk dos sessenta. Parece-me anacrônico. Às vezes a banda tenta animar um pouco,mas não empolga. Gostei apenas da última faixa - Sunday's Pretty Icons -, um rock de verdade, mas o cd acaba aí. Chatinho, chatinho.





Discoteca Básica (64)


Foxtrot
(Genesis, 1972)


Foxtrot é o quarto álbum do Genesis, e um dos expoentes de sua melhor fase, com a formação clássica do grupo: Peter Gabriel, Tony Banks, Steve Hackett, Mike Rutherford e Phil Collins. A capa já nos remete ao anterior Nursery Crime, já comentado aqui. A faixa de abertura, Watcher of skies, inicia-se com os teclados de Tony Banks e ainda hoje me provoca arrepios, trinta anos após ouvi-lo pela primeira vez. O observador do céus levou muita gente boa a considerá-la como uma canção cristã, mas a letra está mais para um alienígena que poderia ter visitado a Terra. Foi utilizada como abertura dos shows do Genesis durante as turnês de 1973. Time Table é uma canção meio épica, sem haver uma narrativa propiamente dita, mas fala de uma época em que a honra valia mais do que a vida. Não é uma faixa de destaque na história do grupo,mas é das que mais gosto. Get them out by friday é uma canção que trata de uma família sendo despejada por falta de pagamento de alugueres atrasados, o primeiro registro de que Peter Gabriel se antenaria em questões sociais.



Horizons é uma faixa exclusiva de Steve Hackett e quase não foi incluída no álbum, por ser um solo e não um trabalho de grupo. É outra de arrepiar. E aí vem o ponto alto do disco, a extensa Supper's Ready, com mais de vinte e dois minutos e diversas melodias. Foi executada in totum durante os shows da banda até o final dos anos setenta, provocando a ira da imprensa estadunidense que já era totalmente hostil ao rock progressivo. Composta por todos os membros da banda, a faixa é reconhecida e amada por todos os fãs do Genesis, e o final épico era ouvido em silêncio pela plateias dos anos setenta.







segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Livros (36)





Tiro no coração
(Mikal Gilmore, 1995)



Encontrei este livro em uma banca de usados na avenida Rio Branco, no centro de Juiz de Fora, no final de 2000. Em perfeito estado, ainda não havia sido lido e com preço inferior à de uma revista comum. Editado pela Cia. das Letras, suas orelhas informavam que os crimes praticados por Gary Gilmore haviam sido os fatos responsáveis pelo retorno à pena de morte em algum estado dos EUA, durante a década de setenta. Fiquei impressionado como alguém poderia desencadear tal reação legislativa e jurídica. E também fiquei impressionado com o que li.

Uma questão muito importante é a das raízes da violência e da criminalidade. E outra que lhe é adjetiva é a punibilidade ao crime. Mikal Gilmore é jornalista, trabalhou na Rolling Stone, e foi o irmão caçula de Gary Gilmore, condenado à morte por dois homicídios à sangue-frio, sem que as vítimas tivessem feito qualquer coisa ao seu agressor. Matou-os simplesmente porque teve vontade.

A família Gilmore era uma coisa horrorosa. Um cenário de completo desequilíbrio e despreparo. O pai era um manezão, incapaz de tomar qualquer decisão sensata a respeito de sua vida profissional e de como sustentar a família, ou, principalmente, como educar os filhos. Vivia de pequenos golpes, mudando constantemente de cidade. Espancava com frequência os meninos Frank Jr., Gary e Gaylen, disto apenas escapando o caçula, autor da obra. A mãe, uma caipira sonhadora típica, meio que casou sem saber direito por que, e passou a ser amante do sobrinho trinta anos mais novo que durante uma certa época morou com a família, para desespero do pai que convive com a situação afundando-se no álcool. Os três filhos mais velhos reagiram à violência familiar entrando rapidamente para a criminalidade. Dos três, Gary era o mais ardente e um tanto sádico com suas vítimas, desde a adolescência. Presos em flagrante por diversos furtos de automóveis, o pai assim reage quando os policiais levam os delinquentes em custódia: "por que vocês não param de implicar com os meus filhos?!". Reação típica de pai irresponsável e auto-indulgente, as escolas e noticiários estão repletas de relatos semelhantes.


Gary Gilmore


Já foi para a tv, com o desconhecido Tommy Lee Jones no papel do assassino, baseado na obra de Norman Mailer, A canção do carrasco (exibido na Globo por volta de 1983).



Vítima? Eu desafio qualquer um a vê-lo desta forma, mesmo pelo olhar do irmão, após a leitura de Tiro no coração. A sua execução melhorou o mundo, fez diminuir a criminalidade ou as pessoas refletirem melhor na hora de colocarem (muitos) filhos no mundo sem ter qualquer vocação para educá-los? Duvido. Não deixe de lê-lo, tão bom quanto A sangue frio de Truman Capote.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

O Panótico vê aqui e agora (33)


O fantástico sr. Raposo
(2009)



O senhor Raposo (George Clooney) foi na sua juventude um arisco ladrão de galinhas que decide mudar de vida quando escapou de ser pego por um granjeiro. Tornou-se cronista em um jornal, casou e teve filhotes, passando a levar uma vida normal. Mas sentiu falta da adrenalina, na maturidade. É mais uma animação aparentemente infantil mas voltada para adultos. George Clooney faz um raposo que mantém a fleuma mesmo diante de sérias enrascadas. Os extras apresentam como a adaptação do livro de Roald Dahl (1916-90), autor de A fantástica fábrica de chocolate, passou para as telas. 




quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Já o era assim, desde então (27)



Hoje em dia, quando a educação mais elaborada e o gosto mais cultivado reduziram a um conjunto de regras a arte de agradar aos demais nossa conduta é governada por uma servilidade baixa e enganosa, de modo que todo preceito de polidez exige constante obediência. As boas maneiras nos são ditadas, e devemos sempre seguir seus comandos, nunca a nossa própria natureza. Sob essa incessante restrição, já não ousamos parecer como de fato somos. Naquele rebanho de ovelhas a que chamamos sociedade, cada homem em situação semelhante faz exatamente as mesmas coisas que os outros.

(Rousseau, 1750)

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Sexy girl (XVIII)

Fiona Shrek

Já o era assim, desde então (26)


Os homens dificilmente adquirem algum novo conhecimento sem perder alguma ilusão prazeirosa, e nosso esclarecimento se dá quase sempre à custa de nossos prazeres. Nossos ancestrais simplórios se deixavam impressionar mais intensamente pela atuação rústica de atores primários do que nós nos comovemos com as mais refinadas peças de nosso teatro dramático. As nações menos instruídas que nós não são menos felizes, pois, tendo menos desejos, elas possuem também menos necessidades, ao passo que prazeres grosseiros ou menos refinados bastam para satisfazê-las. Ainda assim, contudo, não trocaríamos o nosso esclarecimento pela ignorância daquelas nações ou pela ignorância de nossos ancestrais. Se tal esclarecimento reduz nossos prazeres, ele deleita nossa vaidade e nos leva a encarar nossa sofisticação como se fosse uma virtude. 

(D'Alembert, 1759)

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

sábado, 13 de novembro de 2010

Alpha Male (Röyksopp)

A net está repleta de vídeos feitos pelos fãs para as suas músicas preferidas. Em geral não são grande coisa, mas demonstram que o ouvinte atento lamenta as escolhas das gravadoras quando estas produzem os vídeos oficiais. Alpha Male é uma típica faixa de um eletrônico mais progressivo, bem ao gosto de fãs de músicos como Tangerine Dream, Klaus Schulze e outros. Integra o álbum The understanding (2005), do duo norueguês Röyksopp.


sexta-feira, 12 de novembro de 2010

N.M.E. 50 greatest debut albums ever


A N.M.E. publicou uma lista com os melhores primeiros álbuns dos últimos cinquenta anos. Achei a seleção bem fundamentada, mas deixou-me, mais uma vez, com a convicção da inferioridade musical das duas últimas décadas comparativamente às de sessenta e setenta:

Veja a seguir ou no sítio, com vídeos:

* assino em baixo
** assino em baixo, mesmo discordando
*** sou mais...
**** nada a opinar


1960 - Joan Baez (****)




1961 - The Shadows (*)




1962 - Bob Dylan (*)



1963 - The Beatles - "Please, please me" (*)



1964 - Dusty Springfield - "A girl called Dusty" (***)




1965 - The Who  - "The Who sings my generation" (*)




1966 - The Mothers of Invention - "Freak out!" (*)





1967 - Velvet Underground & Nico (*)



1968 - The Band (****)




1969 - The Stooges (***)






1970 - Black Sabbath (***)



1971 - Thin Lizzy (****)



1972 - Neu!(*)




1973 - New York Dolls (***)



1974 - Brian Eno - "Here come the warm jets" (*)




1975 - Patti Smith -"Horses" (****)




1976 - Ramones (***)



1977 - The Sex Pistols - "Never mind the bollocks" (***)



1978 - Devo - "Q: Are we men? A:We are Devo!" (**)



1979 - Joy Division - Unknown pleasures (**)



1980 - Killing Joke (**)



1981 - Depeche Mode - "Speak and Spell" (**)



1982 - ABC - "The lexicon of love" (***)



1983 - REM - "Murmur" (***)



1984 - The Smiths (*)




1985 - The Jesus & Mary Chain - "Psychocandy" (*)




1986 - Beastie Boys - "Licensed to ill" (***)



1987 - Guns and Roses - "Appetite for destruction" (***)




1988 - My Blood Valentine - "Isn't anything" (***)






1989 - The Stone Roses (***)




1990 - The La's (**)




1991 - Massive Attack - "Blue lines" (**)




1992 - Manic Street Preachers - "Generation Terrorists" (***)




1993 - Suede (*)




1994 - Oasis - "Definitely maybe" (*)




1995 - Elastica (***)




1996 - Super Furry Animals - "Fuzzy logic" (****)




1997 - Roni Size & Reprazent - "New forms" (*)




1998 - Lauryn Hill - "The miseducation of..." (***)




1999 - Eminem - "Infinite" (****)




2000 - Coldplay - "Parachutes" (*)




2001 - The Strokes - "Is this it" (***)



2002 - The Libertines - "Up the bracket" (***)



2003 - Dizzy Rascal - "Boy in da corner" (****)


2004 - Kanye West - "The college dropout" (****)




2005 - Arcade Fire - "Funeral" (****)





2006 - Arctic Monkeys - "Whatever people say I am, that's what I'm not" (****)




2007 - Klaxons - "Myths of the near future" (****)



2008 - Crystal Castles (****)




2009 - The XX (****)



* assino em baixo
** assino em baixo, mesmo discordando
*** sou mais...
**** nada a opinar

Eu escolheria, no entanto:

1964 - The Animals



1969 - King Crimson ou Led Zeppelin





1970 - Emerson, Lake & Palmer ou Tangerine Dream




1973 - Mike Oldfield



1977 - Talking Heads



1978 - Michael Hoenig



1979 - Nina Hagen Band



1980 - Bauhaus



1982 - Cocteau Twins




1983 - The Chameleons



1986 - Pet Shop Boys




1988 - The Sugarcubes


1990 - Dee-Lite


1991 - Blur


1992 - Body Count


1995 - The Chemical Brothers


1998 - Air



2001 - Ulrich Schnauss






2002 - Interpol