A história de Adèle H.
(1975)
Halifax, 1863. Durante a Guerra de Secessão (1861-5) a Inglaterra cogitou de intervir nos EUA apoiando a Confederação. Enviou tropas para a capital da Nova Escócia, província canadense. Para lá foi o tenente inglês Albert Pinson e em seu percalço a jovem Adèle H. (Isabelle Adjani), a pretexto de ter sido enviada para cuidar de interesses da irmã junto ao oficial. A protagonista na verdade é louca pelo cara, que é mulherengo e não a mais.
Adèle Hugo (1830-1915) foi a quinta e última filha de Victor Hugo (1802-1885). Quando a família do escritor se exilou em Guernsey ela conheceu o oficial do exército inglês, recusou uma proposta sua de casamento, mas nos anos seguintes passou a segui-lo e tornou-se obcecada pelo jovem. Sustentada pelo pai, Adèle vai enlouquecendo gradativamente.
Este é o tipo do filme que conheço de nome desde os tempos do videocassette, há uns trinta anos. Nunca o vi acreditando ser muito romântico. E o é, num bom sentido. Dirigido pelo mestre Truffaut, o mais sedutor contador de estórias da Nouvelle Vague, é filme de uma época em que os franceses tinham um diferencial notório para com os filmes de Hollywood. Gostei demais do filme, Adjani realmente era uma grande atriz, e foi bom eu não conhecer nada sobre sua vida. Há algumas imprecisões, Adèle H. no filme aparenta ter uns vinte anos (na realidade tinha pelo menos trinta e dois) e não era a segunda filha do grande escritor francês (de quem nunca li nada, por sinal, e não sabia da extensão do seu reconhecimento junto ao público francês de sua época)