Juiz de Fora

sábado, 30 de novembro de 2013

O Panótico caiu no conto do "festival brasileiro de cinema" (334)



De quinta a domingo
(2012)

Um casal chileno riponga de Santiago decide levar os filhos, uma pré-adolescente e um garoto de sete anos, para visitar a vovó em um buraco rural do norte daquele país. O menino vive a fase do pai-herói, mas Lucía percebe que algo vai mal no relacionamento dos pais.




Acabei de assistir gratuitamente a este longa no Festival Primeiro Plano de Cinema de Juiz de Fora e Mercocidades, este evento subvencionado pelo dinheiro público a esta coisa que se chama cinema nacional, com direito à presença da diretora chilena. O casal protagonista é feio, sem carisma, songa-monga, chega ao ponto de furtar frutas em propriedade alheia e permitir que os filhos viajem no teto do automóvel, um carro que, por sinal, demonstra o estado de espírito dos adultos. Há riponguismos em profusão, como a mãe toda cheia de carinhos com um amigo antigo do casal, comportamento típico de hippies, disfarçar sedução como se fosse amizade. No meio do caminho eles acampam entre porcos (literalmente). O pai se perde na estrada e fica lá, todo ripongo olhando a natureza. A fotografia é péssima, não se aproveita quase nada da paisagem do Chile.

Apesar de pouco passar de hora-e-meia de projeção a sensação é de que fiquei umas três horas esperando pelo final. Há apenas alguns momentos divertidos, como o garoto que viveu em Paris e tira um sarro em francês. Fora isto, o clichê da separação dos pais, dois idiotas, sabe-se lá por quê. 

P.S. A plateia típica da minha aldeia aplaudiu, mas apenas dois terços dela, e sem se levantar. O insuportável, pernóstico e artificial Um copo de cólera foi aplaudido de pé, com exceção de mim, há quase vinte anos atrás, em abertura de cinema local com a presença do diretor e casal global protagonista.

sábado, 23 de novembro de 2013

Woody Allen não decepciona o Panótico (333)


Blue Jasmine
(2013)

O bom dos filmes de Woody Allen é que ele não pretende ser muito original. Ele não é o diretor de um Som ao Redor que faz uma m**** de filme e encontra milhões de pessoas para achar que aquilo lá tem muito valor a ponto de dizerem que é um marco do cinema de algum país sem solução. Aqui vemos novamente o cineasta novaiorquino em sua fase russa (Crime e Castigo)

Uma perua novaiorquina (a muito excelente Cate Blanchett) vai à falência e volta para a sua San Francisco natal, tendo que viver na casa da irmã, uma caixa de supermercado, com dois filhos adolescentes, divorciada e desesperada para casar com qualquer um de seu meio social. A ex-socialite - na realidade uma menina adotada e de origem pobre, assim com a também adotada irmã - não perde a pose, bebe regularmente e fala sozinha quando pressionada. A mulher precisa trabalhar e estudar, mas prefere mesmo é um novo casório que lhe devolva a vida de futilidades, a que conhecemos detalhadamente em constantes flashbacks.

Nenhum filme de Woody Allen mudou a indústria cinematográfica de seu país de origem, nada é genial, mas a maioria deles são histórias bem narradas, te divertem de forma inteligente e despretensiosa.

O Panótico começou a ver, mas achou um saco e desistiu (331-2)



O grande mestre
(2013)

Direção de Wong Kar Wei com Tony Leung e Ziyi Zhang. Tema: Ip Man, mestre de Bruce Lee, que já rendeu dois ótimos filmes com Donnie Yen já resenhados por mim. Eu vejo todo empolgado, separo uma hora para me render a mais uma maravilha chinesa e... um filme leeeento, totalmente fantasioso, cheio de poses e efeitos, mas que droga!



Thor "2"
(2013)

Com exceção de alguns X-Men e Wolverines, todos os filmes Marvel são um lixo: barulheira infernal, efeitos o tempo todo, poses, enredo inverossímel e tedioso, eu tenho que me prometer não ver mais estas porcarias estadunidenses.



O Panótico viu há muito, mas ficou com preguiça de resenhar (330)


O advogado do Terror
(2007)

Jacques Vergès (1925-2013) foi advogado, entre outros, de Klaus Barbie, o "açougueiro de Lion", o terrorista venezuelano Carlos, o ditador sérvio Slobodan Milosevic e uma plêiade de facínoras do Terceiro Mundo. Este ótimo filme traça a sua biografia com dezenas de depoimentos.

Há uns trinta anos atrás li uma entrevista na Veja com Jacques Vergès, na época causando grande repercussão por ter aceitado defender o arqui-criminoso de guerra Klaus Barbie, responsável pela morte de dezenas de milhares de judeus na França. Duas perguntas ficavam no ar: como alguém pode defender tal pessoa, e o que ele vai dizer. Vergès utilizou o argumento de que a França era culpada pelo massacre dos argelinos e procurava um caminho diversionista. Pensei se tratar de um mercenário (Vergès era regiamente pago por um banqueiro suíço nazista) e nunca mais ouvi falar neste meu "colega".

O filme não é uma defesa do advogado, embora se tenha esta impressão,mas uma pesquisa muito bem fundamentada. Vergès nasceu na Indochina, estudou na França e desde jovem odiava o imperialismo. Militou inicialmente na área criminal e ao defender o primeiro cliente, um jovem delinquente, afirmou de que este poderia ter sido ele próprio. Foi para a Argélia defender uma jovem terrorista, casou-se com ela, entrou para a política e... sumiu por dez anos. A partir daí aumentou o seu envolvimento com o banqueiro nazista que financiava grupos palestinos.

É um senhor documentário, vi três vezes.


O Panótico lê aqui e agora (38)

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

O Panótico vê aqui e agora (329)


Este filme é ruim, mas tão ruim, que nem vou me dar ao trabalho de explicar o por quê.

Cada povo tem o cinema que merece.