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(2011)
Uma jovem eslovaca de Bratislava, acompanhada pela irmã caçula, vai até Viena fotografar para um catálogo de prostitutas de luxo, iniciando-se nesta rentável profissão. Ela é contratada por um executivo londrino casado (Jude Law) que passa a ser chantageado por um fornecedor alemão (Moritz Bleibtreu, o Baader de O Complexo Baader-Meinhof). O executivo é casado com uma modelo (Rachel Weisz) que é amante de um fotógrafo brasileiro (um ator que faz papel de paspalhão em uma novela global, aqui no filme sua maior atuação é mostrar a bunda, me recuso a pesquisar a seu respeito) que namora uma carioca (Maria Flor, nunca tinha a visto, minha namorada me disse que ela também é global) que traída pelo compatriota volta para o Rio num voo com escala para Denver (?) e conhece um senhor alcoólatra (Anthony Hopkins, o melhor do filme, sem dúvida) e se atira, um tanto estereotipadamente à brasileira, para os braços de um redneck estadunidense que acabara de sair da prisão por crimes sexuais. Numa outra linha de contatos, um dentista argelino e muçulmano (o comediante Jamel Debbouze, muito bom, aqui fazendo bem um papel dramático) sofre o dilema ético-religioso por estar apaixonado por sua assistente russa e casada (Dinara Drukarova, de Desde que Otar partiu, excelente filme já resenhado aqui) com um motorista e guarda-costas de um mafioso russo.
Desde o início percebi algumas coisas: em primeiro lugar, trata-se de uma narrativa e abordagem na linha de Babel, a vida das pessoas está interligada de alguma maneira. As diversas locações são muito bem aproveitadas: Londres, Paris, Berlim, Viena, Bratislava, etc..., é filme de quem sabe perceber a beleza urbana do Velho Mundo. E há uma plêiade de grandes atores, gente que foi escolhida a dedo pelo diretor e produtores do filme. E, por último, é óbvio que não há conclusões, assim como a vida, há uma soma de oportunidades e escolhas (com riscos).
Gostei bastante do filme e esperei os créditos para saber quem o dirigiu e oh, que grata surpresa, é um filme de Fernando Meirelles, e, oh, parece que não foi patrocinado pela Petrobrás, não é um filme populista, não há propaganda subliminar para o governo Lula-Dilma, não é jabá, parabéns!