Juiz de Fora

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Precisamos falar sobre os muitos kevins que há por aí. (410)





Eva (Tilda Swinton) é uma mãe de classe média, que eventualmente trabalha. Kevin é um garoto que desde muito pequeno possui uma expressão sinistra, meio distante, meio agressiva. Á medida que cresce passa a adotar uma postura rancorosa, hostil  e perversa contra a própria mãe. Diversamente, é infantil e dócil para com o pai babão, bancando o menininho quando já é adolescente. Simultaneamente, põe em risco a integridade da irmã caçula.



Desde o início do filme sabemos que há "algo errado" com o menino, mas o filme não nos facilita a vida, não nos é esclarecido se o maior problema é de natureza psiquiátrica ou ética, ou, simplificando, se Kevin é "doido" ou "mau". Sabemos que a mãe se sente culpada, que a comunidade a culpa por algo grave que só se revela, parcialmente, ao final, e que a genitora nunca quis muito ser mãe (o que é, tenho que dizer, o sentimento de nove entre nove mães contemporâneas, não vou dar refresco aqui).

Tive oportunidade de assistir este filme quando lançado, mas devido à uma resenha que li à época achei que se tratava de um filme que colocaria a culpa da delinquência juvenil no sistema, na sociedade, no ensino, nos professores e nos pais. Mas, surpreendentemente, este filme tem um tom fundamentalista, bem estadunidense, algo do tipo: se você é louco é porque é mau.

Vale muito pela atuação da andrógina Tilda Swinton, esta versão feminina de David Bowie, - embora isto pareça meio paradoxal de se dizer -, e os diversos atores que fazem Kevin.

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