Frida
(2002)
Frida Kahlo (Salma Hayek) (1907-54) foi uma pintora mexicana comunista, bissexual, feminista, fumante, alcoólatra e disputava atenção com o marido infiel, o também comunista Diego Rivera (Alfredo Molina)
Eu tinha tudo para detestar este filme: Frida Kahlo imediatamente me faz evocar a seguinte imagem desde que colegas comunistas me falaram dela na década de oitenta: "Olhem, gente, eu sou feia pra caramba, mas como sou revolucionária vocês têm a obrigação de dizer que sou genial e me desejarem ardentemente, do contrário vocês são uns reacionários" e Diego Rivera: "Olhem, gente, eu pinto horrendos quadros soviéticos, são mais didáticos que filmes banais, mas vocês têm a obrigação de me acharem genial e me desejarem ardentemente,do contrário eu lhes cubro de porrada".
Mas não é que o filme é bem legal? A bela e talentosa Salma Hayek estimula o espectador com a sua atuação e sua fartura exibida sem economia. O contexto político não chantageia o espectador, e ainda tem aquela coisa moralista-evangélica típica do cinema estadunidense, algo do tipo: no fundo, no fundo, ela apenas queria ser amada e ser uma boa esposa e mãe.
As animações a partir dos quadro da pintora, quase sempre auto-retratos, são bem sacadas. Há aquela charopada de música mexicana, mas num limite perdoável.