Juiz de Fora

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Precisamos falar sobre os muitos kevins que há por aí. (410)





Eva (Tilda Swinton) é uma mãe de classe média, que eventualmente trabalha. Kevin é um garoto que desde muito pequeno possui uma expressão sinistra, meio distante, meio agressiva. Á medida que cresce passa a adotar uma postura rancorosa, hostil  e perversa contra a própria mãe. Diversamente, é infantil e dócil para com o pai babão, bancando o menininho quando já é adolescente. Simultaneamente, põe em risco a integridade da irmã caçula.



Desde o início do filme sabemos que há "algo errado" com o menino, mas o filme não nos facilita a vida, não nos é esclarecido se o maior problema é de natureza psiquiátrica ou ética, ou, simplificando, se Kevin é "doido" ou "mau". Sabemos que a mãe se sente culpada, que a comunidade a culpa por algo grave que só se revela, parcialmente, ao final, e que a genitora nunca quis muito ser mãe (o que é, tenho que dizer, o sentimento de nove entre nove mães contemporâneas, não vou dar refresco aqui).

Tive oportunidade de assistir este filme quando lançado, mas devido à uma resenha que li à época achei que se tratava de um filme que colocaria a culpa da delinquência juvenil no sistema, na sociedade, no ensino, nos professores e nos pais. Mas, surpreendentemente, este filme tem um tom fundamentalista, bem estadunidense, algo do tipo: se você é louco é porque é mau.

Vale muito pela atuação da andrógina Tilda Swinton, esta versão feminina de David Bowie, - embora isto pareça meio paradoxal de se dizer -, e os diversos atores que fazem Kevin.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Deus abençoe a América (409)



God bless America
(2011)



Frank é um funcionário de empresa divorciado e está infeliz com o comportamento e a cultura do americano médio atual: programas de auditório, reality shows, jornalistas republicanos, programas com adolescentes mimados, e "democracia" digital deixam o pobre-coitado deprimido com a falta de sentido nas relações humanas. Soma-se a isto o seu divórcio, a filha pré-adolescente cricri, e o fato de ter sido demitido por cortejar uma colega de trabalho.

Frank pensa em suicídio, mas vendo uma princesinha televisiva passar um sabão no pai que não lhe deu o carro que queria, muda de ideia e resolve tomar uma atitude. Para isto receberá o incentivo de uma adolescente rebelde.

Identifiquei-me rapidamente com as queixas de Frank, eu também não aguento mais a falta de educação generalizada e a cultura televisiva imbecilizante. Esta comédia de humor negro tem um final moralista que destoa do filme, mas acho que qualquer pessoa inteligente pode gostar dela.

No Netflix.