Juiz de Fora

sábado, 20 de abril de 2013

O Panótico ouve aqui e agora (112)


Delta Machine
(Depeche Mode)


Eu ouço Depeche Mode há exatos trinta anos, desde quando o segundo lp da banda, o clássico A broken frame (1982) foi lançado no Brasil e o technopop do grupo me conquistou de vez. De lá para cá, o grupo somente lançou discos bons, mesmo quando mergulhou na pop music com Music for the masses (1989).


Este é o décimo terceiro álbum do grupo inglês. Mantém o mesmo padrão que caracteriza o trio [Andrew Fletcher, sintetizadores/ o compositor de quase tudo Martin Gore e também tecladista/ e o vozeirão Dave Gahan, desde a saída de Alan Wilder (sintetizadores) em meados dos noventa]: uma base eletrônica assimilável, muitas vezes dançante, mas bem superior a esta pobreza que domina as discotecas do mundo. As músicas são bem contemplativas e intimistas. As letras reflexivas falam de solidão, a busca por amor, sentido na vida e outros temas adultos. A fotografia de Anton Corbijn ajudam a formar o conceito do grupo. É um conjunto estético belo, moderno, cosmopolita.


Esta versão de luxo que recebi agora de um primo que foi à Europa vem com dois cds (com quatro faixas extras) e o encarte com 28 páginas e letras, por apenas quatro euros a mais que a versão simples. É um atrativo e um respeito pelo consumidor que não se encontra equivalente na indústria fonográfica brasileira.


O álbum começa forte,com Welcome to my world, e têm sido assim desde Ultra (1997). O fã já é avisado de que a banda vai oferecer o que ele espera. A segunda faixa, Angel, já se encontra nos veículos de comunicação. Heaven é provavelmente a faixa de trabalho do cd, com um clip já disponível há mais de mês no Youtube.


Secret to the end fala do fim de um relacionamento, mas tem um pique enérgico que leva a pensar que o tema seria outro. É a primeira faixa escrita por Dave Gahan para o Depeche Mode de que eu me recorde (há mais quatro outras no álbum, em parceria com Kurt Uenala, mas este eu não sei quem é)


Slow tem um ritmo lânguido, sempre há uma faixa assim nos últimos cds do grupo, e o que mais vale aqui são os sintetizadores criando uma paisagem sonora. Broken é sobre amizades que se perdem. The child inside é com Martin Gore cantando solo (muito bem) e muito semelhante à outras anteriores. Repito: este é um disco nos moldes dos últimos cds da banda.


Soft touch é uma faixa dispensável, não vou ouvi-la mais vezes. Já a seguinte  You should be higher é daquelas que colam na mente, Dave Gahan canta "as suas mentiras são mais atraentes do que a verdade". Alone  provavelmente vai ser a minha preferida, vai ficar por décadas: "There's a thin grey line/Between the black and the white/It's evidently hard to find at night". Goodbye encerra bem o primeiro cd, com alguém que se despede da vida. Para Dave Gahan isto esteve próximo da verdade um bom período de sua vida.


Soothe my soul é daquelas faixas fortes em que uma linha de sintetizador comanda a melodia. Goodbye encerra bem o primeiro cd, com alguém que se despede da vida. Para Dave Gahan isto esteve próximo da verdade um bom período de sua vida.














Faixas adicionais me cheiram mais a uma isca para fãs que querem ter tudo de uma banda. Mas eu acho que atualmente as bandas estão fazendo valer a pena o ouvinte gastar mais alguns trocados (na Europa e nos EUA, aqui, não). Long time lie, Happens all the time, Always e All that's mine são claramente voltadas para os fãs, não acrescentam nada a quem vê o grupo como uma banda pop/dançante. É provável que parte dos fãs prefira que o grupo fizesse todo o cd nesta linha mais alternativa. Eu não, eu gosto do DM do jeito que eles são, é quase um amor ideal.












Um comentário:

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