Mil vezes boa noite
(2013)
Rebecca (la Binoche) é uma competente fotógrafa de guerra. O filme inicia com a protagonista fotografando o preparo de uma mulher-bomba no Afeganistão. No momento da detonação do explosivo a fotógrafa se compadece das iminentes vítimas, não busca refúgio, passa perigosamente a alertá-las, e quase perde a vida. Em casa, na Irlanda, sua família (marido e duas filhas, uma adolescente e uma criança) a pressiona no sentido de assumir o seu papel de mãe e esposa.
La Binoche dispensa maiores comentários, todo mundo sabe que não tem pra ninguém. A fotografia do filme é espetacular, lembra o estilo na National Geographic. O filme permite dar razão a todos os envolvidos: as crianças querem a mãe em casa, e viva, e o marido precisa e ama a esposa. Morando em uma bela casa em uma bela cidade irlandesa, todos se perguntam: ir procurar encrenca para quê? Rebecca, no entanto, não é movida apenas pela vaidade, ela realmente se importa com o que fotografa, a ponto de quase deixar escapulir a notícia.
Fiquei observando o ator que faz o irmão de Rebecca, que sujeito idêntico ao Larry Mullen Jr! E não é que é o próprio?! Deve ser bom fazer algo de diferente após três décadas de batera do U2.
O diretor é ex-fotógrafo de guerra. O filme é produção irlandesa-norueguesa.
Spoiler: há duas cenas particularmente brilhantes, a filha dispara fotos da mãe chorando, meio que nos dizendo: é bom ser capturado em momentos de dor? E a cena final, quando, nos confins da Turquia, vê o preparo de uma "mártir" da idade de sua filha.