Juiz de Fora

terça-feira, 31 de agosto de 2010

The official Fifa 2010 Soundtrack (VII)

Give it up
(Datarock, Noruega)

Discoteca Básica (29)

The Smiths
(1984)




A primeira vez que ouvi falar de Morrissey e os Smiths foi em uma matéria de Pepe Escobar, na Folha de São Paulo (um jornalista muito criticado, mas que morava em Londres, comprava disco todo dia e acertou em cheio muitas vezes). O foco da matéria era a qualidade das letras do cantor, e a facilidade com que o grupo lançava singles.



Fui ouvi-los somente no ano seguinte, e durante dois anos seguidos eles foram um grande acontecimento. Quatro discos excelentes, dezenas de eps, ótimas capas, letras muito acima da média para o rock, videos de Derek Jarmann, uma banda que marcou os anos oitenta.

Discoteca Básica (28)

A trick of the tail
(Genesis, 1976)



Este é o primeiro disco do Genesis sem Peter Gabriel. É outra obra-prima do rock progressivo. Foi o disco que eu mais ouvi em 1979, é o que eu sinto mais prazer ao ouvir de tudo o que a banda fez. Começa com Dance on a Volcano, uma faixa que sensibiliza mesmo quem tem antipatia por este gênero musical. As melodias têm complexidade mas sem exigir um maior esforço de concentração, as letras são elaboradas, mas acessíveis, não há hits de três minutos e nem peças de vinte. Ripples fala sobre as blue girls. Squonk trata de um animal que protege a caça, e que quando pego dissolve-se em lágrimas. Histórias britânicas e lendas celtas.




O último cantor do Genesis, Ray Wilson, afirmou que é o seu álbum predileto da banda. É o meu também.





Discoteca Básica (27)

Porcupine
(Echo & The Bunnymen, 1983)




A banda de Ian McCulloch não foi uma das minhas preferidas, ficando um degrau abaixo de uma meia dúzia de outras. Mas foi um grupo que ganhou a admiração de muita gente boa, particularmente a voz do cantor e suas letras. Foram permanentemente comparados aos Doors, mas eu não pesquei qual é a relação entre ambos.



Videoclipes (33)

Live in Orange
(The Cure, 1987)



1985, no Brasil , em matéria de rock inglês, foi o ano do U2, Smiths, Tears for Fears e The Cure. Chamado de dark por muita gente, a banda de Robert Smith esteve aqui dois anos depois, apresentando este show, evidentemente sem ter uma locação como esta, um anfiteatro romano no sul da França. Belas imagens, ótimo show da banda ainda no seu auge.






Aqui jazz (9)

Moaning
(Art Blakey, 1958)


Só sei dizer que este músico foi um baita baterista, e é hard bop de primeira, bem para cima.




Livros (XVIII)

A mulher de trinta anos
(Balzac, 1842)



Em 1994 eu resolvi tentar comprender este ser um tanto complicado: a mulher (Não proteste, mademoiselle, nem vocês se entendem), e assinei, por dois anos, a revista Marie Claire, e li uns dos primeiros trabalhos de Balzac. O livro é bem interessante, dá umas pistas, mas é óbvio que a complexidade do objeto demanda centenas de leituras.


O Panótico vê aqui e agora (1)

Coco Chanel & Igor Stravinsky
(2009)

Vá ao cinema. Só doirreal na terça. Deixa de ser pão-duro(a).


O Panótico lê aqui e agora (1)

Dar a alma
(Adriano Prosperi, 2005)

O Panótico ouve aqui e agora (1)

Ali click
(Brian Eno, 1992)

Videoclips (32)

Shadow of light/Archive
(Bauhaus, 1982-3)




Shadow of Light é uma coletânea de todos os vídeos do Bauhaus, minha banda gótica preferida e Archive é um dos seus últimos shows, em Londres. Imagens ótimas, repertório bem selecionado, bons músicos, material mais do que suficiente para alegrar um fã.








segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Discoteca Básica (26)

A broken frame
(Depeche Mode, 1983)


Conheci Depeche Mode juntamente com Tears for Fears, Echo & Bunnymen, e Culture Club, nos idos de 1983, um ano meio entressafra comparado com o anterior, mas mesmo assim bem melhor que o sofrível 1984 (por sinal, tão ruim quanto 1987), em termos de música que eu goste.


A capa, uma bonita versão do realismo socialista, trazia uma camponesa, o que veio a ser confirmado no álbum seguinte, Construction Time Again, com um operário. O som era technopop, com qualidade, mas nada ainda comparado com o que estava por vir. Foi uma banda que, tal como senti em relação ao Pet Shop Boys, tive que aguardar mais um pouco para constatar se era para valer ou cairia no comercialismo de sempre.

Valeu a espera. Violator colocou o Depeche Mode no centro de minhas preferências.


Discoteca Básica (25)

Autobahn
(Kraftwerk, 1974)




Autobahn foi o meu quarto disco, do início de 1979. Inicia-se com a faixa homônima ocupando todo o primeiro lado, uma clara influência do progressivo, tendo como tema as autoestradas alemãs. O lado b conta com a bela Kometenmelodie II, e todo o disco é muito bom.




Wir fahr'n  fahr'n  fahr'n auf der Autobahn!





Livros (XVII)


O mundo de Sofia
(Jostein Gaarder, 1991)




Eu tive o privilégio de fazer três disciplinas de história da filosofia com um professor que era fluente em alemão, latim e grego e possuía uma erudição impressionante para a compreensão da grande maioria dos pensadores. Eu fiquei particularmente assombrado como ele conseguia facilitar o acesso a Kant e Hegel, dois pesos-pesados. Mas a grande maioria dos seus alunos lhe eram um tanto indiferentes e até hostis a sua abordagem.




Enfrentando situação semelhante, o professor de filosofia do ensino médio, o norueguês Jostein Gaarder, resolveu escrever uma obra que pudesse tornar o ensino de sua disciplina mais atraente. No que me diz respeito, ele teve pleno sucesso. O enredo é interessantíssimo, atrai o leitor, e sua explanação sobre mais de cinquenta filósofos é bem didática sem cair nos reducionismos. Até hoje, quando quero relembrar a mola-mestra de algum pensador recorro ao Mundo de Sofia. Este é o tipo de livro que me empolga, que vou lendo até o sono não mais permitir.



Foi levado para o vídeo, mas não o assisti.


The Panoticum Young Person's Guide to Classical Music (X)


Ouvertures
(Wagner, 1840-82)


Não sou conhecedor de ópera e provavelmente não o serei um dia. As óperas italianas não me empolgam. Assisti a algumas delas em videos e nas manhãs de domingo no Alameda (o público era predominantemente de senhoras que pelo aparato compareciam a um evento, e não a uma audição musical, pareceu-me).



Mas Wagner, e alguns poucos, são um caso à parte. Conheci O Anel dos Nibelungos, montagem de Boulez, gravado em video. Ainda os tenho, não vi tudo até hoje, vai ficar para depois. As aberturas de Wagner eu curto de montão, há uns vinte anos.



A relação da temática de Wagner com o futuro nazismo é pura baboseira.








The Panoticum Young Person's Guide to Classical Music (IX)


Rapsódia Húngara n.02
(Liszt, 1851)




A capa não é esta.

Franz Liszt era alemão, filho de pais alemães, e só tentou aprender húngaro, sem sucesso, em 1870, com quase sessenta anos, por força de lei penal magiar. Mas identificava-se com a causa húngara.


Liszt foi o primeiro compositor erudito capaz de sobreviver por conta de seus concertos (fazia tremendo sucesso com o mulherio), mas viveu na sombrinha de uma rica condessa russo-polaca, que passou décadas em processo de divórcio, e, mais tarde, foi abade na Itália.

Exímio pianista e fecundo compositor, deixou cerca de mil obras.



Livros (XVI)


Exodus
(Leon Uris, 1958)

Em 1978 entrei voluntariamente para um grupo de jovens católicos, uma experiência interessante. Lá fiz uma amizade que indicou-me esta obra, com mais de setecentas páginas, um desafio atraente para um adolescente de treze anos.

Exodus é pura propaganda sionista, mas sabe ganhar a simpatia do leitor para com a causa judaica, expondo, com base em muita pesquisa, o sofrimento na Europa Oriental e Central, no final do século XIX, e o do Holocausto, por óbvio.

Durante algumas semanas, ao som de Ilusions on a Double Dimple, do Triumvirat, venci o único volume (esta foto de cima é de edição posterior), e durante muitos anos foi a obra mais extensa que li.

Não simpatizo com o Estado israelita de Barak, Sharon e Netaniahu, mas também não vejo com maus olhos o povo de Rabin, Peres, Freud, Marx, Einstein, Peter Singer, Woody Allen, etc., etc., etc....

Livros (XV)

Os crimes ABC
(Agatha Christie, 1936)



Em 1978 mudamos para Santos Dumont e eu passei a estudar em (boa) escola pública. Mas o professor de Português, prudentemente, não obrigava os alunos a lerem obras completas, pois não havia biblioteca decente na escola. Acomodei-me, mas suspeitava de que deveria manter algum hábito de leitura. Uma tia apresentou-me as obras de Agatha Christie, um tremendo sucesso na época, e foi assim que li o meu primeiro romance policial, um gênero subestimado.



O detetive belga Hercule Poirot sempre elucidava os crimes pelo método dedutivo, o que já era clássico desde Sherlock Holmes. Nem todas as dúvidas eram esclarecidas pela autora, mas ao final ficava a curiosidade de continuar lendo as suas obras, mais de oitenta, algumas delas nas telas de cinema.


Livros (XIV)

O labirinto grego
(Manuel Vázquez Montalbán, 1992)



Pepe Carvalho é um detetive particular catalão, meia-idade, em passo largo para o alcoolismo e com relacionamento afetivo muito mal-resolvido (típico de romances policiais), mas possui um hábito e uma máxima que não dá para esquecer.

Quando está deprimido por não solucionar uma demanda passa a queimar livros de sua biblioteca. Inclusive Dom Quixote? Foi o primeiro que queimei. A outra é: Leio há quarenta anos e nenhum livro me ensinou a viver.

As obras de Montalbán tem sempre o mesmo mote: o capitalismo decadente e as pessoas degeneradas que o consumismo cria. É de um moralismo cristão enrubescedor para um comunista bajulador de Fidel, nos moldes de Garcia Marquez. Li uma meia dúzia de seus livros e cansei disto. Deveria ter cansado logo após o primeiro. 


domingo, 29 de agosto de 2010

Quadrinhos (XI)

Lucky Luke
(1946-2001)



Lucky Luke é um xerife do Velho Oeste, sempre acompanhado de seu inteligente cavalo, cigarrinho no canto da boca e que ao final de cada fasciculo canta que é apenas um rapaz solitário caminhando pelo deserto afora.



As histórias são muito divertidas (mais até do que Asterix e Tintin) e a coleção completa passa dos setenta álbuns.



Nunca gostei de faroeste, conto nos dedos os filmes a que assisti e gostei, mas Lucky Luke, curiosamente feito por franceses, torna o contexto bem interessante. Sinto falta de quadrinhos deste nível, com uma inocência que não há na geração Heavy Metal, Frank Miller, Neil Gaiman, etc.


Livros (XIII)

David Copperfield
(Charles Dickens, 1950)

Com dois eventos no ensino municipal visando estimular o hábito da leitura reflito agora quando é que passei a ser um leitor. A minha memória me leva ao ano de 1974, quando cursei o terceiro ano primário na Escola Arnaldinum São José, no bairro Anchieta, em BH.




A professora obrigava todos os alunos a lerem um livro por semana, com ficha avaliativa. A biblioteca da sala (da sala, mesmo) possuía muito mais literatura infanto-juvenil do que infantil. A mestra gostava de dizer à turma, e às outras professoras, que utilizava com frequência textos de sétima ou oitava série. Assim, volta e meia, líamos Monteiro Lobato, Orígenes Lessa, Cecília Meireles, Francisco Marins e outros.


Sexta-feira, pouco antes da semana terminar, era a hora que ela abria a estante e escolhíamos as obras. A primeira vez eu peguei um livro bem fininho, cheio de ilustrações, mostrei a ela que consentiu mas com uma expressão de decepção. Com nove, dez anos de idade, a aprovação imediata dos adultos cala fundo.




Fiquei bem sem-graça, e na semana seguinte, buscando a aprovação de um adulto que eu respeitava (ela), caí na besteira de levar David Copperfield, da Ediouro, com mais de trezentas páginas. Ela sorriu e eu quase chorei no final-de-semana, porque não aguentei passar de um terço da obra. Senti muito medo, ao levar um dever incompleto na segunda-feira para a aula, pois, quanto a mim, tentar enganar a professora estava fora de cogitação.



Em mais duas ocasiões levei a obra, lendo-a, por óbvio, a partir de onde tinha parado. Recordo-me do sofrimento do garoto órfão, ralando aos onze anos para ganhar míseros shillings. Durante as séries posteriores, nos 1.º e 2.º graus, como eram chamados, não li tanto, mas a noção de que leitura exige disciplina e determinação, mesmo sendo um prazer, permanece até os dias atuais.



Obrigado, dona Marta.

Animações (7)


O Senhor dos Anéis
(1978)



Este desenho para mim foi uma lástima. Em minha adolescência e no início da juventude a obra de Tolkien não possuía o número de fãs do passado recente, pelo menos no meu meio mais quotidiano. Peguei esta animação, uma cópia muito ruim, em 1986. Achei o traço feio e o longa de duas horas não tinha um enredo interessante, fruto da má adaptação das mais de duas mil páginas do texto para a animação. 


Por conta disto, apenas comecei a ler a obra original em '97, convencido que fui pelo significativo número de pessoas que a ela se referiam. Às vezes a má divulgação de uma obra fundamental possui o efeito de desestimular o seu conhecimento


Quadrinhos (X)

Elektra
(1981 - ?)




Elektra é uma psicopata manipulada pelo poder paralelo norteamericano para cometer homicídios. Personagem de Frank Miller, há controvérsia sobre os fatores e ocasiões em que a heroína adquiriu suas características. Apenas li duas histórias, há uns quinze anos atrás e a personagem não me cativou.



De qualquer modo, não fui ver o filme, de 2005, porque quem o assistiu relatou que ela foi caracterizada como pessoa estável e a serviço do Bem. Não sei por que Frank Miller deu permi$$ão para tal disparate, ou se o filme foi realizado à sua revelia.



Discoteca Básica (24)

Non-Stop Erotic Cabaret
(Soft Cell, 1982)

A dupla Soft Cell fez este ótimo disco technopop e sumiu. Os temas dizem respeito à vida noturna das grandes cidades. Em 2002 reuniram-se em turnê, lançaram cd e dvd, e, em entrevista, afirmaram que não vivenciaram o mundo sadomasô narrado no disco, e repetiram que era tudo fantasy.





Videoclips (31)


Pump up the Volume
(M.A.R.R.S., 1987)

Este foi o primeiro grande sucesso de uma faixa com vários samples, uma tendência marcante do final dos anos oitenta.



Videoclipes (30)

Life is Life/One Vision
(Laibach, 1987/Queen, 1985)

Estes foram os primeiros videoclips aos que assisti do grupo esloveno Laibach, no final de 1987. Sobre o Laibach há muito o que falar, na d.b.e. oportuna.








The official Fifa 2010 Soundtrack (VI)

Black Wax
(Dananananaykroyd, Escócia)



Sexy Girl (XII)


Destiny Angel







A série Capitão Escarlate contava com cinco pilotos de caças, as "Fallen Angels": Destiny, Harmony, Melody, Symphony e Rhapsody.